PARÁ E MAIS 14 ESTADOS PEDEM R$ 8 BILHÕES A TEMER
Estados do Norte e Nordeste apelam ao governo federal para
enfrentar crise
Na
esteira do Rio de Janeiro, os governadores do Norte e Nordeste - entre eles,
Simão Jatene, do Pará - formalizaram, em carta enviada ao presidente em
exercício, Michel Temer, pedido de ajuda financeira especial aos Estados das
duas regiões. Na carta, eles pedem cerca de R$ 8 bilhões para recompor perdas
das transferências do Fundo de Participação dos Estados (FPE) desde 2011.
O
secretário estadual de Fazenda do Rio Grande do Norte, André Horta, informou à
reportagem que a carta é assinada por 15 governadores das regiões, exceto
Alagoas. Eles querem tratamento especial como foi concedido ao Rio de Janeiro
para enfrentar as dificuldades financeiras até o fim do ano.
Os
governadores argumentam que a economia das regiões passa por forte quadro de
desemprego que tem afetado as finanças estaduais. O secretário disse que os
governadores querem que a proposta seja incluída no projeto 257, que tramita no
Congresso, que trata da reestruturação da dívida dos Estados e União. Segundo a
Secretaria de Estado de Comunicação Social do Pará, o argumento e o
posicionamento do governo Simão Jatene é o mesmo dos demais do Norte e
Nordeste.
A
carta foi enviada também para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Uma
reunião está marcada para a próxima semana com o ministro para discutir a
proposta. "É preciso que haja um tratamento especial para enfrentar os
maiores índices de desemprego no País, que estão nessas regiões", disse o
governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.
No
início da semana passada, o presidente Temer fechou acordo de auxílio
financeiro aos Estados e renegociação das dívidas, que foi vendido pelo governo
como uma grande "festa federativa". Mas as negociações, na prática,
não agradaram todos os Estados, principalmente, aqueles que não têm dívida ou
têm endividamento reduzido, mas também enfrentam forte crise econômica. A carta
enviada a Temer indica que o governo terá dificuldades para votar o projeto no
Congresso da forma como ele foi negociado.
SALÁRIOS
O
governo do Rio Grande do Sul confirmou que vai parcelar o salário dos
funcionários públicos ligados ao Poder Executivo pelo quinto mês consecutivo.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, os servidores receberiam ontem um
depósito inicial de até R$ 2.600 líquidos. Com essa parcela, será possível
pagar o salário integral de junho de 62% do quadro de funcionários que depende
do orçamento do Executivo. O restante será quitado em diferentes parcelas até
12 deste mês. Trabalhadores do Judiciário e do Legislativo não estão sujeitos
ao fatiamento.
Para
efetuar o primeiro crédito na conta dos servidores, a Secretaria da Fazenda
precisou dispor de R$ 650 milhões. O déficit neste mês – ou seja, o que faltou
para poder liquidar a folha completa – foi de R$ 341,2 milhões. O secretário da
Fazenda gaúcho, Giovani Feltes, argumentou que as dificuldades financeiras do
Rio Grande do Sul persistem, apesar da renegociação da dívida dos Estados com a
União ter avançado. Com a suspensão do pagamento das parcelas do passivo até o
fim de 2016, o Rio Grande do Sul economiza cerca de R$ 270 milhões mensais.
“Isso nos dá um fôlego importante, mas lamentavelmente insuficiente”, disse
Feltes.
Fonte/Foto: ORM News/Lula Marques
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