JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO” DENUNCIA ESQUEMA DE JATENE




 Há 11 dias, o jornal paraense DIÁRIO publicou matéria denunciando que 2 postos de combustíveis que pertencem a Alberto Jatene - o Beto -, filho do governador Simão Jatene - foto ao lado -, abastecia viaturas oficiais do Estado. Ontem, o jornal Folha de São Paulo publicou reportagem mostrando que os postos Verdão e Girassol - ambos de Beto Jatene - fornecem combustível para as frotas da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros do Estado.
Segundo o texto da Folha, o Verdão foi o que mais vendeu para a PM do Pará entre janeiro de 2012 e outubro de 2014, somando R$ 5,02 milhões no período, o que corresponde a 9% do consumo de combustível da PM do Pará em quase 3 anos, que foi de R$ 55 milhões. Já o posto Girassol arrecadou, a partir de 2013, R$ 52,9 mil com abastecimento de carros da PM. A matéria destaca que o Ministério Público passou a investigar o caso em 2014, na eleição para o Governo, quando adversários de Jatene afirmavam que o então candidato à reeleição beneficiava o seu filho, conhecido como Beto Jatene.
O jornal paulista destaca que, apesar do argumento de que os postos de Beto não prestam serviço direto ao Governo, já que o abastecimento das frotas do Estado é gerenciado por uma distribuidora, o promotor de Justiça Militar Armando Brasil e o procurador Nelson Medrado propuseram uma ação de improbidade administrativa contra Jatene e seu filho, além da secretária de Administração do Pará, Alice Viana. Todas essas informações também estavam na reportagem do DIÁRIO.
A ação pede o ressarcimento do dano, perda de função pública e suspensão de direitos políticos dos envolvidos. A ação, segundo o jornal paulista, se estende ainda à Distribuidora Equador de Produtos de Petróleo, responsável pela venda de combustível ao Governo.
Essa distribuidora, segundo o DIÁRIO noticiou, recebeu mais de R$ 214 milhões - em valores atualizados - do Governo Jatene. O trabalho da Equador é feito por meio de cartões magnéticos e os valores são pagos aos postos de combustível credenciados para abastecer viaturas oficiais do Estado, entre os quais os de Beto Jatene. A Folha de São Paulo destacou que a responsável pela licitação é a Secretaria de Administração, mas cada área tem um contrato  direto com a empresa. Segundo a matéria da Folha, uma rede de postos credenciados fornece combustível para a frota do Governo do Pará.
Segundo o site da Distribuidora Equador, hoje há 217 postos habilitados no Pará, sendo 34 em Belém. A empresa foi vencedora de uma licitação em outubro de 2011. Na época, tinha 1 posto credenciado da sua rede em todo o Pará. O jornal destacou que, em janeiro de 2012, o Auto Posto Verdão foi credenciado por indicação do Governo por ter integrado antiga rede de fornecedores do Estado. Em janeiro de 2013, o posto Girassol também requereu seu cadastramento.
TAXA
Os valores citados no inquérito se restringem aos carros da PM, mas o sistema gerencia o abastecimento de outros 69 órgãos, diz a matéria. O Governo do Pará, segundo a Folha, paga taxa de administração de quase 3% pelo “Petrocard”. Antes do Governo Jatene, o fornecimento de combustível ficava a cargo de um sistema que não cobrava taxa.
Segundo a ação, houve redução drástica dos gastos da PM após o inquérito. “Facilmente, se conclui que as investigações realizadas pelo Ministério Público influenciaram no faturamento dos estabelecimentos do Sr. Alberto, uma vez que o faturamento encontrava-se na casa dos milhões e caiu bruscamente”,  afirma o texto da ação.
POSTO VERDÃO
R$ 5,02 milhões - Foi quanto o Auto Posto Verdão vendeu em combustível para a Polícia Militar do Pará, de janeiro de 2012 e outubro de 2014. Segundo a Folha de São Paulo foi o posto que mais vendeu para a PM nesse período.
POSTO GIRASSOL
R$ 52,9 mil - Foi quanto o posto Girassol ganhou com o abastecimento de carros da PM, a partir de 2013.

Fonte/Fotos: Diário do Pará/Ricardo Amanajás – Ney Marcondes



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