AMAZONAS TEM 90% DOS MUNICÍPIOS IMPEDIDOS DE FIRMAR NOVOS CONVÊNIOS
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Os municípios de Anori (foto) e Barreirinha, são os que têm maior número de restrições no Cauc. Cada um contabiliza nove motivos para estarem na relação de ‘inadimplentes’. |
Maioria
das cidades está cadastrada no Cauc, uma espécie de SPC do serviço público
federal
Os municípios de Anori
(foto) e Barreirinha, são os que têm maior número de restrições no Cauc. Cada
um contabiliza nove motivos para estarem
na relação de ‘inadimplentes’. Foto: Arquivo/D24am
No Amazonas, 90% dos municípios estão impedidos de firmar novos
convênios com o governo federal por estarem cadastrados no Serviço Auxiliar de
Informações para Transferências Voluntárias (Cauc), uma espécie de Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC) do serviço público federal.
Entre os 62 municípios do Estado, além de Manaus, apenas outros
cinco podem assinar novos convênios: Autazes, Itamarati, Japurá, Juruá e
Urucará. As demais 56 cidades do Amazonas estavam ‘negativadas’ no Cauc até a
última sexta-feira (29), quando a reportagem fez a consulta no site do Tesouro
Nacional.
Os municípios de Anori (a 194 quilômetros de Manaus) e Barreirinha
(a 329 quilômetros da capital), são as cidades com o maior número de restrições
no Cauc. Cada uma contabiliza nove motivos para estarem na relação de
‘inadimplentes’.
Em seguida, com oito restrições, aparecem os municípios de
Eirunepé (a 1.159 quilômetros da Manaus) e São Gabriel da Cachoeira (a 851
quilômetros da capital).
O Cauc reúne todas as responsabilidades dos Estados e municípios
perante o governo federal. É alimentado por diversos órgãos, diariamente, e
basta que haja um atraso na prestação de contas de um convênio ou no pagamento
de algum benefício, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para que
o município fique impedido de receber verbas federais, sejam elas a fundo
perdido, ou até mesmo decorrente de operações de crédito.
A inadimplência mais recorrente é a falta de regularidade quanto a
tributos federais, a contribuições previdenciárias e a Dívida Ativa da União.
No Amazonas, 36 municípios não possuem certidão negativa que comprovam terem
cumprido esta exigência, segundo dados do sistema.
Em segundo lugar nas irregularidades mais frequentes, aparece o
não recolhimento correto do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), item
em que 35 cidades não possuem certidão negativa.
O secretário da Associação Amazonense de Municípios (AAM) e
prefeito de Juruá, Tabira Ferreira (PSD), afirmou que os municípios têm muita
dificuldade com conexão de internet, além de terem que usar um sistema muito
pesado para enviar a documentação exigida.
“Tudo é informatizado e você imagina a dificuldade que é
transmitir toda a documentação pela internet no interior do Estado. São
problemas de ordem técnica e ainda há a falta de recursos humanos. Alguns
órgãos demoram a fornecer os dados para fechar os balancetes”, disse.
Ainda segundo Ferreira, o registro dos municípios no Cauc é muito
cíclico. “Um dia, uma Prefeitura está no sistema, e aí consegue resolver a
pendência e sai. Mas depois, surgem outras pendências e volta a ter o nome no
Cauc e você tem que correr atrás para revolver esta nova pendência”, disse.
Ainda de acordo com Ferreira, muitos prefeitos estão tendo
dificuldades em resolver problemas com a Previdência Social por falta de
agências no interior. “Antigamente, se tratava as questões previdenciárias com
o próprio INSS, mas, hoje, é com a Receita (Federal), que não tem estrutura no
interior. Tem caso de uma prefeita que está tendo que resolver um problema na
agência do interior, mas o local está sem funcionário. Ela teve que vir a
Manaus, mas a agência daqui disse que não podia resolver”, afirmou.
Fonte/Foto:
Alisson Castro / portal@d24am.com
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