DOM CLÁUDIO HUMMES APELA AO PAPA CONTRA OS ABUSOS NO MARAJÓ




Cardeal Dom Frei Cláudio Hummes esteve na região e fará relato a Francisco
O cardeal Dom Frei Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, apontou a pobreza e a impunidade como responsáveis pelos casos de abuso e exploração sexual na ilha do Marajó, no Pará. “Há duas grandes causas por trás desses abusos e exploração. Uma é a pobreza. A outra, a impunidade. O povo está tão pobre que acaba deixando os filhos serem levados e abusados para ganhar algum dinheiro. E, do outro lado, uma impunidade inaceitável, intolerável”, afirmou ele, no sábado à tarde, em Belém. E acrescentou que ver as crianças nessa situação o deixa de “coração cortado”.
Acompanhado por Dom José Luís Azcona, bispo da prelazia do Marajó, e da irmã Henriqueta Cavalcante, secretária executiva da Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB - Regional Norte 2, que abrange o Pará e o Amapá), o cardeal disse ter visitado o Marajó em nome dos bispos do Brasil e do Papa Francisco. “Vou relatar para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e para o Papa sobre o que está ocorrendo. O Papa sempre diz: ‘vai para os locais mais sofridos, distantes e abandonados’”, disse. Ele, Dom José Luís Azcona e irmã Henriqueta desembarcaram no Aeroclube do Pará, no sábado, por volta das 16 horas.
O cardeal disse que a grande maioria da população do Marajó é pobre. “Muita gente na miséria, muita gente não tem nada mesmo. É impressionante. Uma grande parte vive de Bolsa Família (do governo federal) ou de um parente idoso que talvez tenha uma aposentadoria. Quer dizer, sobrevive. Certamente tem gente passando fome”, afirmou. “O poder municipal tem poucos recursos para fazer qualquer coisa. O povo não tem trabalho, não há investimentos ali", disse.

Fonte/Foto: O Liberal/Elivaldo Pamplona

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