GOVERNO DO PA QUER EVITAR QUE PESSOAS COMAM BOIS MORTOS EM NAUFRÁGIO
Técnicos da Adepará
(Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) e da Sespa (Secretaria de
Estado de Saúde) estão fiscalizando transporte de animais nas estradas e nos
rios da região do município de Barcarena, nordeste do Pará, para apreender
carne furtada do carregamento de bois que afundou junto com o navio cargueiro
Haid
A embarcação estava atracada
do cais, carregada com 5.000 cabeças de gado, que seriam levadas para o abate
na Venezuela, quando tombou e afundou, matando milhares de bois. Algumas
embarcações ajudaram no resgate de animais que saíram pela lateral do navio,
mas a maioria morreu afogada dentro do compartimento de carga do navio.
Horas depois do acidente,
animais que morreram afogados começaram a boiar no mar e foram trazidos pela
maré para a praia. Moradores de Barcarena aproveitaram para retalhar os corpos
dos bois na beira-mar e dividir a carne para consumo.
Devido ao risco sanitário
que a carne possui por não ter certificação sanitária, o Estado montou um
centro de crise para auxiliar as ações das equipes da Adepará e da Sespa,
juntamente com órgãos da Segurança Pública, para que as carnes furtadas sejam
apreendidas e incineradas. Os animais mortos que estão chegando à praia do
Conde estão sendo recolhidos para serem incinerados.
Segundo a Sespa, a
população está recebendo orientações a não adquirir ou consumir carne bovina
sem procedência comprovada. "Neste sentido, inclusive, equipes de
vigilância da 6ª Regional da Sespa, sediada em Barcarena, em conjunto com a
Vigilância Sanitária do município, vêm atuando nas comunidades e orientando
sobre os riscos do consumo de carne bovina em condições inadequadas",
informou o governo do Estado.
Segundo a Adepará, cerca
de 40 animais vivos foram recuperados e deverão ser devolvidos à proprietária
da carga.
Praia interditada
O acidente com o navio
causou derramamento de óleo no mar. Uma mancha próxima à embarcação vem sendo
monitorada pela prefeitura de Barcarena e pela Semas (Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Sustentabilidade). As equipes estão avaliando os danos causados
e a praia do Conde deverá ser interditada para banho.
Ainda nesta quarta-feira,
mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Pará e de outros Estados avaliarão a
situação da embarcação para montar uma operação para retirada dos corpos dos
bois que ficaram presos dentro do compartimento de carga do navio.
O Grupo de Vistoria e
Inspeção da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental está realizando perícia
no navio para apurar as causas no naufrágio. O prazo de conclusão do inquérito
é de 90 dias.
A Companhia de Docas do
Pará informou que está apurando se a empresa responsável pelo transporte dos
animais tinha plano de contenção para ser usado em caso de acidentes.
Em nota, a proprietária da
carga, a empresa Minerva Foods, informou que, após o embarque do gado, a
responsabilidade pela carga é da empresa de transporte marítimo contratada pela
companhia.
Fonte/Foto:
Aliny Gama, em colaboração para o UOL, de Maceió-AL/Maycon Alves – G1 PA
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