CHUVA EM MANAUS AGRADOU POR AMENIZAR O CALOR, MAS TROUXE CONSEQUÊNCIAS DESAGRADÁVEIS



Fenômeno complicou a vida dos donos de embarcações de todos os tamanhos (de canoas de madeira a lanchas), que ficaram isolados no meio de barrancos de capim, geladeiras, sofás e pneus velhos, dentre outros
Há mais de dois meses sem um pingo de chuva, as poucas gotas d’água que caíram em Manaus ontem (6) tanto agradaram à vegetação - que rapidamente voltou a ficar verde – quanto trouxe consequências nada agradáveis a outros setores.
Em menos de três horas, toneladas de lixo, que estavam presas ao longo do igarapé do Educandos (zona Sul), foram liberadas em direção à embocadura no rio Negro. Era uma infinidade de descartáveis jogados, irresponsavelmente, ao longo do leito do igarapé, um dos maiores de Manaus.
O resultado complicou a vida dos donos de embarcações de todos os tamanhos (de canoas de madeira a lanchas), que ficaram isolados no meio de barrancos de capim, geladeiras, sofás e pneus velhos, dentre outros. Ontem, por volta das 10h, ninguém conseguia sair, sem um esforço extremo. Só se arriscavam as embarcações pequenas.


O efeito, tanto da subida quanto da descida das águas, afetou a imagem de Educandos, que é a primeira visão turística da cidade para quem chega pelo rio. Uma chuva de poucos minutos deixou centenas de embarcações isoladas no meio de barrancos, geladeiras velhas, pneus e uma infinidade de outros descartáveis. Tudo ficou entulhado na embocadura do igarapé, embaixo da ponte de Educandos.
Testemunha viva
Deputado estadual (de 1983 a 1987), morador do bairro Educandos há 72 anos, Erasmo Amazonas tem todas as referências para falar  sobre a orla de um dos bairros amais tradicionais de Manaus. “Esse igarapé tinha águas límpidas e transparentes, e nos últimos 50 anos houve um desastre ecológico. Primeiro, pela ocupação desordenada de todos os espaços e pela poluição hídrica. É lixo tomando conta de tudo. Uma desordem. Flutuantes, casebres, palafitas, barcos abandonados servindo de moradia, cemitério de embarcações, sem falar da degradação causada pelos estaleiros e o descaso do poder público pra tudo isso”, denunciou Erasmo.
Em números
7,6mm - Foi o tamanho da chuva de ontem em Manaus registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o órgão, o normal de chuva para outubro na capital amazonense fica  entre 75 e 134mm.

Fonte/Fotos: Nelson Brilhante – A Critica/Márcio Silva

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