AFRONTA: PREFEITURA DE BARCARENA-PA TERÁ QUE SUSPENDER PAGAMENTO DE ARTISTAS CONTRATADOS A PESO DE OURO PARA FESTIVAL
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| Cláudia Leitte é uma das contratadas para o Festival do Abacaxi, em Barcarena. |
A Prefeitura de Barcarena,
no nordeste paraense, terá que suspender imediatamente todo e qualquer
pagamento a ser feito com dinheiro público às empresas responsáveis pelos
artistas contratados para se apresentarem no Festival do Abacaxi, no período de 1º a 4 de outubro de 2015. A
informação foi divulgada nesta quarta-feira (30). A Justiça estadual acatou na
terça-feira (28), o pedido de liminar requerida pelo Ministério Público do
Estado do Pará (MPPA), por intermédio do 2º promotor de Justiça de Barcarena,
Antonio Lopes Mauricio, em Ação Civil Pública (ACP).
O órgão ministerial, entrou
com pedido de ACP perante a Justiça, por entender que o município não vem
apresentando de forma transparente os gastos realizados com a licitação das
empresas Produtora Ciel LTDA, Talentos Produções Artísticas e Comércio LTDA e
EPP e Lucco Produções Artísticas LTDA.
O MPPA requereu a
responsabilização por ato de improbidade administrativa do gestor municipal e a
devolução aos cofres do município de Barcarena, dos valores já pagos aos
referidos artistas, como adiantamento.
Por entender a relevância
da peça, Alessandra Isadora Vieira Marques, Juíza de direito titular da 1ª vara
cível e empresarial de Barcarena, deferiu o pedido do Ministério Público.
"O pagamento dos contratos citados com dinheiro público, constitui uma
verdadeira afronta, tendo em vista a atual situação financeira do município,
que não vem prestando à população, serviços essenciais e fundamentais a
dignidade humana, por alegada falta recursos", referenda a Juíza.
Entenda o caso
Em 27 de agosto, a
promotoria instaurou um procedimento Administrativo Preliminar (PAP) para
apurar a demanda que originou-se de expediente encaminhado pelo gabinete do
vereador padre Carlos Alberto Pinto da Silva, relatando, que as prestações de
contas, dos festivais ocorridos nos anos de 2013 e 2014, ainda não haviam sido
feitas à Câmara Municipal, não sendo possível saber quanto foi arrecadado com a
iniciativa privada e o que os cofres públicos gastaram para a realização
daqueles eventos.
O vereador denunciou,
também que para o festival de 2015, a prefeitura havia celebrado contratados
administrativos com empresas que representam vários artistas de renome
nacional; um deles pela quantia de R$ 370.000,00 (trezentos e setenta mil
reais) com a cantora Cláudia Leitte; outro pelo valor de R$ 142.900,00 (cento e
quarenta e dois mil e novecentos reais) na contratação do cantor, padre
católico Fábio de Melo e um terceiro à R$ 141.666,67 (cento e quarenta e um
mil, seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e sete centavos) para Lucas
Lucco.
"O festival, como não
há prestação de contas, transformou-se num verdadeiro esquema de lavagem de
dinheiro, ante a falta de transparência na receita e na despesa do evento
festivo", aduz o promotor.
"A realização do
festival do Abacaxi, é bem-vinda, movimenta o comércio e o turismo locais.
Porém, deve-se observar que não se pode gastar tanto dinheiro público na
contratação de artistas, cantores, para uma festa, praticamente toda ela
custeada com o dinheiro do povo, sem qualquer discussão anterior" frisa
Antônio Lopes.
Determinação
A Justiça determinou a
suspensão imediata dos pagamentos com dinheiro público aos artistas
contratados. Caso a prefeitura realize o Festival do Abacaxi, preste as devidas
contas ao poder legislativo municipal no prazo máximo de 30 dias, enviando o
processo de prestação de contas também ao juízo, para ser juntado aos autos. O
não cumprimento da decisão judicial, ensejará multa de cem mil reais.
Fonte/Foto: DOL,
com informações do MPPA/Reprodução


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