EL NIÑO CAUSA DIA MAIS QUENTE EM MANAUS DESDE 1925
Meteorologista explica que o fenômeno, que aquece
águas do oceano Pacífico, interfere nas temperaturas na Amazônia
Sem a tradicional formação de nuvens, por causa do El
Niño, região recebe mais raios solares e fica mais quente
Manaus registrou neste
último final de semana o dia mais quente da história desde 1925. De acordo com
o meteorologista do 1º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologista
(INMET), Gustavo Ribeiro, domingo a temperatura chegou aos 38,6 graus, com a
sensação térmica de 40,2 graus., e ultrapassou o maior registro ocorrido em
setembro de 2010, quando a temperatura marcou 38,3 graus.
Ribeiro explicou que a
temperatura é considerada normal para este período do ano quando estamos em
plena estação seca, considerado pelos meteorologistas como estação menos
chuvosa. Porém, este ano, por estarmos sob o efeito do fenômeno climático
conhecido como El Niño, que é o aquecimento anômalo das águas superficiais e
sub-superficiais na região Equatorial do Oceano Pacífico, que causa uma
modificação da circulação dos ventos, dificultando a formação de nuvens em
grande parte da região amazônica, o calor está mais intenso do que o normal.
“Com isso mais radiação solar chega a superfície terrestre e mais elevadas
temperaturas do ar são registradas”, reforçou.
A meteorologista do
Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Deydila Bonfim, informou que
acredita-se que o atual evento ocasionado pelo El Ninõ, deve agir em parte da
Amazônia por mais 4 meses. Conforme a meteorologista, a transformação da
paisagem natural pelo homem, com o desenvolvimento das cidades, redução da
vegetação nativa e impermeabilização da superfície, pode causar mudança no
clima urbano, gerando ilhas de calor mais intenso, no qual estamos vivenciando
neste período do ano.
“Estamos no período da
estação seca que se caracteriza pela presença mais frequente de dias com céu
claro, poucas nuvens, maior disponibilidade de radiação solar, temperaturas
elevadas e menor volume de precipitação (chuva). Além disso, este ano temos a
presença do fenômeno El Niño que acentua esses padrões já esperados durante
este período”, reforçou sobre as atividades relacionadas com o fenômeno El
Ninõ.
Os dois órgãos informaram
que a previsão para os próximos dois dias é de dias com um pouco mais de
nebulosidade e com pequena possibilidade de chuvas em áreas isoladas, devido ao
calor, que deve se manter nos próximos dias.
Condições adversas para as chuvas
Sobre as condições
oceânicas observadas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) restou claro
que a atmosfera mantêm condições desfavoráveis para o regime de precipitação,
especialmente na porção norte da Amazônia, e isso conduz a ocorrência de
temperaturas elevadas de 1ºC a 2ºC acima da média. “Alguns sinais observados no
Oceano Pacífico Equatorial são indicativos da ocorrência do fenômeno El Niño,
quando persistentes de 3 meses ou mais”, disse.
Esses sinais são de as
anomalias positivas da temperatura da superfície do mar conhecida como TSM; a
redução (ou mesmo a inversão) no comportamento dos ventos alísios; alterações
nos centros de alta(Tahiti) e baixa (Darwin) pressão. “Esses sinais são
indicativos de mudanças na circulação atmosférica, as quais afetam o regime de
chuvas em parte da Amazônia”, completou a meteorologista.
Variação
Conforme o site oficial do
INMET, a temperatura do ar pode variar de 26 a 38 graus. Com o tempo nublado a
parcialmente nublado com possibilidade de chuva em áreas isoladas.
Fonte/Foto:
Isabelle Valois – A Critica/Lucas Amorelli
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