PARÁ: SUA CONTA DE LUZ VAI FICAR MAIS CARA. DE NOVO!
A energia elétrica ficará mais cara em cerca de 2 milhões de unidades consumidoras no Pará. É que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Celpa a fazer um novo reajuste na tarifa - o segundo do ano.
Desta vez, o motivo foi o
aniversário da venda da distribuidora, como ocorre anualmente, segundo o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Consumidores residenciais (baixa tensão) terão aumento de 6,30%, enquanto que,
para os setores comercial e industrial de médio e grande porte (alta tensão), o
índice será de 10,22%.
“Acho que começamos com
uma crise ética, que foi para a política e virou econômica. Há 20 anos não se
sofria tanto”, afirma um dos vice-presidentes da Federação das Indústrias do
Pará (Fiepa), José Maria Mendonça, que também preside o Centro das Indústrias
do Pará (CIP).
“Boa parte das indústrias
não tem como repassar esse aumento ao consumidor, então há perdas. O setor de
alumínio, por exemplo, está numa situação dificílima, porque consome muita
energia”, revela. Ele afirma que há uma proposta dos consumidores de alta
tensão encaminhada a órgãos como Aneel, Governo do Estado e Assembleia
Legislativa, que discorre sobre a priorização da produção sobre o consumo na
hora de calcular a tarifa para a indústria, mas sem respostas até o momento.
EFEITO DOMINÓ
Para o supervisor técnico
do Dieese-PA, Roberto Sena. O reajuste terá um efeito dominó. “Você paga a
conta de luz na boca do caixa, atravessa e entra no supermercado e paga mais
caro porque o empresário vai repassar ao consumidor esse aumento.”
Trata-se do 17º reajuste
praticado pela Celpa desde sua privatização, em 1998. De lá para cá, o
consumidor residencial acumula nada menos que 470% de aumento contra uma
inflação de 204% para o mesmo período. “O injusto, de novo, é que temos que
pagar a mais por conta dos problemas gravíssimos das secas no Sul e Sudeste”,
diz Sena. Segundo ele, o Pará é um dos maiores produtores e exportadores de
energia elétrica do país.
Para Roberto Sena, os mais
prejudicados serão as cerca de 3,5 milhões de pessoas que ganham um salário
mínimo no Pará. “O mínimo subiu a inflação, de 7%, mas a luz já subiu mais de
50% do ano passado para cá”.
COMO USUÁRIOS ECONOMIZAM
ENERGIA
A servidora pública
Lourdes Costa, de 49 anos, divide uma casa no bairro Maracangalha, em Belém,
com outras três pessoas. Há cerca de dez anos, começou a mudar os hábitos da
família para fazer a conta de luz baixar. Além da troca de lâmpadas e do uso
limitado de aparelhos como microondas, máquina de lavar e ferro elétrico, ela
fez tudo para que a luminosidade natural seja aproveitada ao máximo, a fim de
manter os interruptores desligados: mantém a casa pintada de branco, colocou
tijolos de vidro nas paredes, instalou janelas basculantes de vidro, entre
outras medidas. “Mesmo assim eu sinto falta da casa mais bem iluminada e de
poder deixar o som ligado e a música tocando o dia todo”.
Com os constantes
reajustes pesando na conta de energia, o analista de sistemas Guto Cavalleiro,
30 anos, fez uma série de mudanças em casa para conseguir um consumo que ele
desse conta de pagar. “Todas as lâmpadas da casa eram fluorescentes, cortei
chuveiro elétrico e o ar condicionado. Em vez de passar a noite toda em 18
graus, ficava em 22 e eu só ligava na hora de dormir”.
Ele disse que também
colocou filtro de linha em todas as tomadas da casa. “Na hora de sair, cada
filtro era desligado e todos os aparelhos ligados a ele ficavam em stand-by”.
Fonte/Foto:
DOL/Marco Santos


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