CULTURA: OBRA DO COMPOSITOR PARAENSE IBERÊ DE LEMOS ABRE O FESTIVAL DE ÓPERA EM BELÉM
Compositor encenou sua obra em Belo Horizonte e no Rio
de Janeiro
A ópera “A Ceia dos
Cardeais”, do compositor paraense Arthur Iberê de Lemos, que não era encenada
com canto e orquestra desde os anos 60, ganhou ontem uma noite de estreia digna
em Belém, na Igreja de Santo Alexandre, Cidade Velha, como parte do XIV Festival
de Ópera do Theatro da Paz, promoção do Governo do Estado, via Secretaria de
Estado de Cultura (Secult). A ópera marcou o começo das encenações do festival
e contou entre os 300 espectadores com dois sobrinhos de Iberê de Lemos: Álvaro
e Renato Lemos.
“É um local muito bonito
com excelente acústica, vamos assistir pela primeira vez ao vivo a uma obra do
Iberê, compositor esquecido, mas de muita qualidade. Estamos emocionados”,
afirmou Álvaro, antes do espetáculo. Renato destacou que conheceu Iberê apenas
pelos relatos do pai deles, Fernando Lemos, e a apresentação de ontem teve um
significado familiar para ele e o irmão.
Antes da ópera, o
pesquisador e professor da UFMG, Mauro Chantal, discorreu sobre a vida e obra
de Iberê de Lemos, pontuando que “A Ceia dos Cardeais” foi encenada com
orquestra em Belo Horizonte (1963) e, em 1964, no Rio de Janeiro.
Com o sentido de inovar o
Festival, a ópera foi encenada no interior de uma igreja de Belém. O Festival este ano é dedicado ao historiador
Vicente Salles, que, inclusive, contribuiu com a encenação de “A Ceia dos
Cardeais”. O espetáculo contou com três cantores líricos; 16 figurantes (entre
bailarinos e atores) e 53 músicos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz
(OSTP), regidos pelo maestro Carlos Moreno.
Na ópera, três cardeais
confidenciam entre si seus amores juvenis, e cada situação relatada é encenada
simultaneamente por bailarinos e atores, interagindo, inclusive, com a plateia.
Os cardeais são interpretados pelo Inácio de Nonno, Paulo Mandarino e Carlos
Eduardo Marcos. A ópera volta a ser encenada hoje e amanhã.
Fonte/Foto:
O Liberal/Cláudio Pinheiro


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