ORIXIMINÁ: "PÉROLA DO RIO TROMBETAS" FAZ 138 ANOS




Com suavidade e nobreza, tal qual descreve o seu hino, composto por Marly Harada, o município de Oriximiná, na região do Baixo Amazonas, completa 138 anos, nesta quinta-feira (09).
CURIOSIDADES HISTÓRICAS DE ORIXIMINÁ
Também chamada de “Pérola do Rio Trombetas” e “Princesa do Rio Trombetas”, sua fundação ocorreu em 13 de junho de 1877, quando o povoado denominado Uruá-Tapera (ou Mura-Tapera) foi criado pelo padre José Nicolino de Souza. Já em 1894, a localidade foi elvada à condição de vila e, em seguida, município.
Além das categorias, mudou também de nome: Oriximiná, que em Tupi significa “o macho da abelha”, isto é, o zangão. Mas para outros pesquisadores tem um sentido bem diferente, “muitas praias”.
Sua história, na verdade, não é bem definida e, em 1900, o seu vasto território acabou dividido entre os municípios de Faro e Óbidos. Depois, teve nova independência em 1935, mas mantendo como marcas suas belezas e riquezas naturais, exaltadas em seu hino:

Uruá-Tapera, teu nome primeiro
Veio outro pra ser verdadeiro
Hoje és o orgulho do Pará
Nossa dileta Oriximiná.
Trombetas com suavidade
Te banha com todo ardor
Suas águas com sua claridade
Refletem teu grande esplendor.

FARINHA
Oriximiná é o segundo maior município do Pará em extensão territorial, ficando atrás somente de Altamira, e enfrentou graves problemas econômicos na década de 1960, devido longa estiagem, o que dificultou o plantio e a colheita de mandioca - fundamental para a produção de farinha.
Aliás, foi justamente a partir desse problema que surgiu uma das marcas da cidade, a história do “espoca bode”.
Essa história - fictícia ou não - é bastante curiosa: por causa da grande estiagem, a prefeitura da cidade passou a comprar farinha de Belém, cuja qualidade era considerada inferior e demorava para chegar.
Segundo a história, havia um bode no barco que navegava entre Oriximiná e Belém, que era o mascote da tripulação. Um dia, o animal rasgou uma saca de farinha e comeu grande quantidade do produto. Depois, ingeriu água e inchou tanto, mas tanto que acabou explodindo.
E começou assim a fama da farinha “espoca-bode”. Consequentemente, quem consume o produto também é chamado dessa maneira.
QUILOMBOS
O Pará é o terceiro Estado com maior número de Comunidades de Remanescentes Quilombolas (CRQ) no Brasil, atrás apenas da Bahia e do Maranhão. Dentre as 227 comunidades distribuídas em mais de 40 municípios, Oriximiná é destaque.
Na região do Baixo Amazonas, no Pará, muitos escravos africanos serviram de mão-de-obra nas fazendas de gado e de cacau, nos municípios de Óbidos e Santarém, a partir da segunda metade do Século XVIII.
Os quilombos, então, surgiram nas primeiras décadas da expansão do cultivo do cacau e, em 1812, uma expedição punitiva destruiu vários deles na região.
Atualmente, os quilombolas de Oriximiná estão distribuídos em 35 comunidades rurais com população estimada em 1.200 famílias.





Fonte/Fotos: DOL/Renato Anápolis


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