LIXO COMPLICADO
- Publicado por Lúcio
Flávio Pinto* ⋅ 3 de julho de 2015
Um dos melhores negócios
de Belém é o contrato de coleta de lixo da cidade com a prefeitura. Quem vinha
realizando esse serviço era a Belém Ambiental Meio Ambiente Ltda, que se dizia
muito ligada ao prefeito anterior, Duciomar Costa, do PTB, em cuja gestão, em
2009, a licitação foi realizada.
O contrato, depois de
algumas prorrogações, terminou no dia 30 de junho e não foi mais mantido. Mesmo
com as prorrogações e a aproximação do fim do contrato, a administração Zenaldo
Coutinho, do PSDB, que sucedeu a de Duciomar, só em 1º de junho lançou n ovo
edital. Em consequência, o contrato perdeu a validade, mas não havia outro para
substituí-lo.
A B. A. ajuizou então
mandado de segurança para a revogação da decisão da prefeitura de contratar em
caráter de emergência, com dispensa de licitação, três empresas para prestar os
serviços de coleta de lixo e limpeza urbana, não prorrogando mais o contrato.
Além de impedi-la de cuidar das rescisões de seus empregados, esse ato causaria
maior prejuízo à população.
O juiz Elder Lisboa, da 1ª
vara de Fazenda de Belém, se convenceu pelos argumentos altruístas da empresa e
decidiu garantir a continuidade dos serviços de coleta de lixo e limpeza
urbana, deferindo a liminar requerida.
A empresa solicitou
providências para que o processo licitatório fosse iniciado e concluído antes
do término do contrato. O juiz reconheceu que “o gestor ficou inerte a tal
providência, não cabendo então a contratação de outras empresas por meio de
dispensa de licitação, que prevê contratação para casos decorrentes de fatos
imprevisíveis que exigem imediata providência sob pena de potenciais prejuízos
para o cidadão”.
Lisboa
determinou que a Secretaria Municipal de Saneamento de Belém prorrogue o prazo do contrato com a B. A. até
a conclusão de um novo processo licitatório. Caso a decisão seja descumprida, o
gestor poderá pagar multa diária de dez mil reais.
- *Lúcio Flávio Pinto é jornalista
profissional desde 1966. Percorreu as redações de algumas das principais
publicações da imprensa brasileira. Durante 18 anos foi repórter em O Estado de
S. Paulo. Em 1988 deixou a grande imprensa. Dedicou-se ao Jornal Pessoal,
newsletter quinzenal que escreve sozinho desde 1987, baseada em Belém. No
jornalismo, recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, da Federação Nacional dos
Jornalistas.
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