FORÇA-TAREFA COMPOSTA POR DELEGADOS E PROMOTORES DO GAECO VAI INVESTIGAR AS EXECUÇÕES EM MANAUS-AM
Equipe será comandada pelo corregedor-geral da SSP e
contará com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
do MP-AM
Ontem (20) pela manhã,
Sérgio Fontes esteve com o governador
José Melo, que solicitou do secretário mais detalhes sobre os homicídios
e que medidas estavam sendo tomadas para cessar a violência. Melo, segundo o
secretário, determinou ainda “que a segurança retome as rédeas do controle
porque de fato ela foi perdida”.
“Desde sábado estamos com
toda Polícia Civil e Militar nas ruas. Vamos apurar e identificar quem fez esses crimes e se houver necessidade
serão tomadas medida mais
graves”, disse Fontes.
De acordo com o
secretário, foram montadas várias ações como radiopoliciamento ostensivo para
que fatos como o que ocorreu, não ocorra novamente. As investigações da morte do sargento Afonso Camacho Dias,
estão sendo feitas pela Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e
Defraudações (Derfd) e pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado
(DRCO). Segundo Fontes, elas estão bem
adiantadas e com a identificação dos suspeitos.
Para elucidar as outras
mortes foi montada a Força-Tarefa que vai ter como base a Delegacia
Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) com todos os recursos humanos e
materiais que a secretaria possa colocar. Inclusive com a participação do
Ministério Público que irá acompanhar as investigações. “Se há uma suspeita de
que agentes públicos estejam
participando dessas mortes é bom que o
Ministério Público esteja do nosso lado”, declarou o secretário de Segurança.
Fontes comentou que
ainda não dá para afirmar com segurança
quem estava praticando os crimes. Segundo ele, há várias linhas de investigação, mas que ainda está
muito “novo” para afirmar quem são os responsáveis.
Falhas
O secretário admitiu que o
Estado realmente perdeu as rédeas num
determinado momento, por não considerar a possibilidade de que poderia acontecer o que aconteceu depois
da morte de um detento e de um Policial Militar. Segundo ele, não tinha como
adiantar a questão.
“Demoramos a dar uma
resposta, inclusive pelo Ciops, porque se as mortes foram acontecendo e pelo menos depois das 2h da madrugada já
dava pra estar todo mundo na rua. Houve erros da secretaria
e eu admito e me responsabilizo por esses erros, e vou tentar
me resgatar com a ajuda das polícias
Civil e Militar”, admitiu Fontes.
Insegurança e receio de andar nas ruas
De acordo com as
autoridades de segurança, as mortes começaram cessar a partir do sábado e a
tendência agora é que tudo volte à normalidade com a presença da polícia nas
ruas. Ontem, parte da população ainda estava
assustada e o assunto das conversas era a insegurança depois da série de
mortes ocorridas do fim de semana.
Em números
33 execuções foram
registradas pelo Instituto Médico Legal
(IML) desde o final da tarde de sábado até a madrugada de ontem, em Manaus.
Ainda não há suspeitos das autorias dos crimes. Segundo as investigações, a
maior parte das mortes têm características semelhantes: as vítimas são homens,
mortos com tiros de pistola ponto 40 e de revólver calibre 38.
MP-AM vai cobrar medidas da SSP
O procurador-geral do
Ministério Público do Estado (MP-AM), Fábio Monteiro, disse que vai cobrar medidas para que os secretários das pastas
relacionadas a Segurança Pública, sejam mais contundentes em suas ações e para
que o Estado tome as rédeas da situação e ponha fim no clima de instabilidade
que tomou conta da população depois da onda de homicídio corrida no fim de
semana.
“O Estado tem que mostrar
que é ele quem manda nos presídios e não o crime organizado, assim como a
polícia vai ter que mostrar que é ela quem
garante a segurança da população”, disse Fábio Monteiro.
Para o promotor, as mortes
que ocorreram no fim de semana foi causada por uma sucessão de fatores.
Primeiro o assassinato de um sargento da Polícia Militar e, logo depois, a
morte de um preso no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Monteiro não descarta a possibilidade da
participação de policiais militares como também de membros de facções
criminosas na série de mortes.
Para o promotor, é
necessário que sejam tomadas medidas
rigorosas em relação a detentos que estão mandando executar. “Se estão usando
celular dentro dos presídios é porque há alguém fazendo corpo mole e
facilitando a entrada dos aparelhos”, disse.
O comandante da Polícia
Militar, coronel Gouvêa, disse ontem que as mortes foram um caso atípico que
ele nunca tinha visto durante os 27 anos que tem na Polícia Militar. Para ele, não se pode descartar nenhuma das
hipóteses que estão sendo investigadas. “Se ficar comprovado a participação de
policiais nós temos mecanismos para punir os responsáveis”, disse o comandante.
Gouvêa informou que na noite de sábado para domingo quando aconteceu a maioria
das mortes, a Polícia Militar estava nas ruas, e que só não prendeu os
matadores por falta de sorte” disse.
Fonte/Foto:
Joana Queiroz – acrítica.uol.com.br/Evandro Seixas


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