SENADORES MÁRIO COUTO E JADER BARBALHO FORAM OS CAMPEÕES DE FALTA EM VOTAÇÕES ENTRE 2011 E 2014. LOBÃO FILHO VOLTA A SER O MAIS AUSENTE DO SENADO


Lobão Filho

Levantamento exclusivo do Congresso em Foco mostra que primeiro-suplente do pai, Edison Lobão, e os senadores Mário Couto e Jader Barbalho foram os campeões de falta em votações entre 2011 e 2014. Trio tem histórico de baixa assiduidade em dias de decisão em plenário.
No início de 2012, este site publicou levantamento exclusivo, com base nos registros de assiduidade do Senado e da Câmara, mostrando que o então senador Lobão Filho (PMDB-MA) e sua mãe – Nice Lobão (PSD-MA), que também exercia mandato àquela época, mas na Câmara – haviam sido os campeões de ausência, no ano anterior, das sessões plenárias deliberativas, quando são decididas grandes questões nacionais. Quatro anos se passaram, Nice deixou a Câmara e a liderança da lista de faltosos, mas Lobão Filho continua na ponta: ele foi o mais ausente da legislatura passada (2011-2014), quando deixou de comparecer a 164 das 400 sessões a que deveria ter comparecido no período em que exerceu mandato.
Primeiro-suplente do pai, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, que retomou o mandato em novembro de 2014, Lobão Filho justificou 111 faltas e deixou sem justificativa outras 53 (veja a tabela de assiduidade completa abaixo).
Mário Couto (PSDB-PA), que não conseguiu se reeleger, foi o segundo colocado entre os mais ausentes da legislatura passada. Crítico contumaz das gestões petistas, o tucano esteve ausente do plenário em 151 ocasiões, quando deveria estar registrando sua posição a respeito de proposições diversas. Uma das exceções foi o dia 6 de abril de 2012, quando não só Mário Couto quanto seu colega de lista Lobão Filho juntaram-se a outros 42 senadores para fazer loas de solidariedade em plenário ao ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que enfrentava acusação de envolvimento com um grupo criminoso em Goiás. Dali a três meses, Demóstenes entraria para a história como o segundo senador cassado pelos próprios pares que tanto o elogiaram na sessão de elogios. O paraense justificou 145 faltas, e deixou outras seis injustificadas.
Em terceiro lugar entre os mais faltosos da legislatura passada está outro recorrente líder de levantamentos de assiduidade exclusivos deste site: Jader Barbalho (PMDB-PA), cuja atuação nos bastidores da Câmara, na legislatura retrasada, rendeu-lhe um lugar no “Valle de los caídos” – alcunha dada aos assentos do canto do plenário daquela Casa onde uma espécie de penumbra acolhe quem não quer compartilhar da movimentação das primeiras fileiras. Como o Congresso em Foco mostrou em março do ano passado, o peemedebista foi bicampeão de ausências, pelo segundo ano consecutivo, ao deixar de comparecer a 40% das sessões de votação de que deveria ter participado em plenário. Nesta legislatura, o senador deixou de ir ao 137 dos 325 compromissos definidos em sua agenda de votações. Ele justificou 116 ausências, e deixou outras 21 sem explicação.
Entre os 81 senadores, 13 registraram mais de 100 faltas entre 2011 e 2014, entre 450 sessões deliberativas realizadas no período. Ciro Nogueira (PP-PI) se aproximou desse percentual de faltas, com 99 ausências de plenário. Na outra ponta da tabela, nos registros dos mais assíduos, figura o líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), que foi a 447 das 450 sessões formalizadas (apenas três faltas, duas das quais não justificadas).
Segundo revelação da Revista Congresso em Foco, o Senado mantém um relatório secreto com o quadro de comparecimento de cada parlamentar, mas restringe seu acesso ao próprio congressista. Uma prática que até esta legislatura era bem diferente do que era feito na Câmara, que permitia ao eleitor acompanhar a frequência de seus representantes dia a dia. Atualmente, os registros oficiais da Câmara passaram a ser obtidos com base na Lei de Acesso à Informação. Por determinação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que atendeu a demanda dos próprios colegas, os registros de presença antes veiculados no portal institucional agora só são fornecidos por meio da legislação de transparência.

Fonte/Foto: Revista Congresso em Foco/Antonio Cruz/Agência Brasil

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