'HOUVE EQUÍVOCO NA FORMA', DIZ SÉRGIO FREIRE SOBRE TRANSFORMAR 'AMAZONÊS' EM PATRIMÔNIO


Livro de Freire lista cerca de 1.500 expressões que são utilizadas de forma comum no vocabulário dos amazonenses

A obra literária “Amazonês: expressões e termos usados no Amazonas”, do professor Sérgio Freire,  esteve essa semana  no centro de uma polêmica provocada por um projeto de lei do deputado Wanderley Dallas
A obra literária “Amazonês: expressões e termos usados no Amazonas”, do professor Sérgio Freire, doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas  (Unicamp), esteve essa semana no centro de uma polêmica provocada pelo projeto de lei n° 341/2012, de autoria do deputado Wanderley Dallas (PMDB), que quer reconhecer como patrimônio cultural de natureza imaterial a linguagem regional do Amazonas.
Lançado em 2010, o livro de Freire lista cerca de 1.500 expressões que, segundo a pesquisa do autor, são utilizadas de forma comum no vocabulário dos amazonenses. A obra chamou a atenção de Dallas ao ponto de em 2012 propor, por meio de um projeto de lei, que a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) transforme em patrimônio cultura todas as palavras e expressões listadas no livro.
Ao enumerar palavra por palavra no projeto de lei, o deputado do PMDB acabou constrangendo colegas de parlamento, que se sentiram ofendidos em transformar palavras como “cabaçuda”, “cabaço”, “dedada”, “gala”, “pimba”, “pinguelo”, “piroca”, “pomba” e “xibiu” em patrimônio cultural. A reprovação dos deputados com o projeto de Dallas foi tema de matérias na imprensa local e nacional, e também de comentários de toda ordem nas redes sociais, inclusive de Freire.
Assim como fez nas redes sociais e nas entrevistas que concedeu ao longo da semana à imprensa local e nacional, o pesquisador diz enxergar algo bom - para além da chacota - nessa discussão toda. “Eu costumo dizer que a vantagem dessa confusão toda foi a de colocar a linguagem regional em pauta”, afirma o professor.

Fonte/Foto: Janaína Andrade – ACRITICA.COM/Lucas Silva

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