EXPLORADORES DA VIOLÊNCIA
- por Lúcio Flávio Pinto (*)
Na sua edição de 22/04, o
caderno de polícia de O Liberal contém a maior quantidade de fotografias de
cadáveres já publicadas desde que começou a circular: seis. Empatou com o
Diário do Pará, até agora campeão disparado nesse quesito do jornalismo
sensacionalista. Significa que os dois competidores vão medir forças para saber
quem mais abriga “presuntos” nas suas oito páginas em formato tabloide?
Provavelmente, para
conquistar mais leitores junto ao público suscetível a esse tipo de apelação.
Mas têm uma justificativa (ou um pretexto): sete pessoas foram assassinadas na
região metropolitana de Belém (três na capital e quatro em Ananindeua) só na
noite anterior.
Essa
violência é a razão de ser de uma cobertura policial de tão baixo nível na
imprensa paraense, como não existe mais em nenhuma das capitais brasileiras? Ou
os jornais daqui exageram na exploração da tragédia da população dos humilhados
e ofendidos, que não frequentam as abundantes colunas sociais nos veículos dos
dois grupos que dominam a comunicação no Pará?
- Lúcio Flávio Pinto é jornalista profissional desde 1966. Percorreu as
redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Durante
18 anos foi repórter em O Estado de S. Paulo. Em 1988 deixou a grande imprensa.
Dedicou-se ao Jornal Pessoal, newsletter quinzenal que escreve sozinho desde
1987, baseada em Belém.
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