NETO DE AMAZONENSE, BRASILEIRO PRESO NA INDONÉSIA NÃO CONSEGUE CLEMÊNCIA E SERÁ FUZILADO
A aparência de Marco Archer já não é a mesma após quase 12 anos preso: careca, sem dentes e abatido. |
Marco Archer Cardoso
Moreira, que foi preso em 2003 ao tentar entrar com mais de 13 quilos de
cocaína no país asiático, onde o tráfico de drogas é punido com a morte, esgotou
seus recursos e deve ser executado "muito em breve", como revelou
porta-voz do governo Indonésio. Ele passou com a droga por Manaus antes de ser
preso
De
família amazonense, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia,
teve o último recurso que poderia lhe livrar do fuzilamento negado e o governo
asiático disse que ele "será executado muito em breve". Ele foi preso
em 2003 ao tentar entrar no país com mais de 13 quilos de cocaína dentro de
equipamentos de asa delta.
O
pedido de "perdão presidencial", o segundo solicitado (o primeiro foi
em 2006), foi negado no último dia 31 de dezembro pelo presidente do país.
Pelas leis indonésias, prisioneiros sentenciados à morte só podem fazer dois
pedidos de clemência depois que as chances de recursos à Justiça acabam.
Segundo
noticiou a Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (9), não há mais o que fazer para
evitar a execução do ponto de vista legal, mas o gabinete da presidente Dilma
Rousseff ainda avalia, com certa urgência, se há mais alguma maneira de
interceder pelo brasileiro. Para o jornal, o único meio de evitar o fuzilamento
seria fazendo pressão política.
O
brasileiro foi preso ao tentar no aeroporto de Jacarta com 13,4 quilos de
cocaína escondidos em tubos de asa delta. Procurado pela Folha nesta
quinta-feira (8), ele, que se diz arrependido, ainda não sabia que seu pedido
havia sido negado, apesar de ter acesso a jornais na prisão.
Drogas
passaram por Manaus
Antes
de ser preso na Indonésia, o instrutor de voo livre Marco ficou dois dias em Manaus, na casa da avó, com o asa-delta
recheado de droga. A cocaína havia sido retirada no Peru, em um
hotel no norte do país, na cidade de Trujillo. Archer entrou no Amazonas de
barco e embarcou para São Paulo pelo aeroporto internacional Eduardo Gomes. De
lá, ele viajou rumo a Jacarta, na Indonésia, depois de fazer uma escala em
Amsterdã, na Holanda.
Marco
é neto de Lourdes Acher Pinto, último membro da família a assumir os negócios
iniciados pelos irmãos Agnaldo e Henrique Archer Pinto, com a fundação de “O
Jornal”, que foi durante décadas um dos principais veículos da mídia impressa
do Estado. A mãe dele, Carolina Acher Pinto, morreu em 2011, vítima de câncer.
Conforme
foi noticiado na époica, o brasileiro saiu do Rio de Janeiro, onde morava, com
destino ao Peru para transportar droga até a Indonésia para pagar um dívida de
um hospital em Cingapura, contraída em 1997: na ocasião, ele sofreu uma queda
de parapente em Bali, e foi levado para o país vizinho para tratamento. Como
não conseguiu pagá-lo integralmente, era constantemente cobrado.
Há
quase 12 anos detido, a reclusão na Indonésia mudou Marco. A aparência não é
mais sadia: o cabelo está ralo e o brasileiro quase não tem mais dentes que
eram, na verdade, implantes feitos depois do acidente de parapente. Sem
tratamento dentário, os implantes caíram. Além disso, ele adquiriu o hábito de
fumar cigarros, o que não fazia quando estava livre.
Execução
A
execução é feita por 12 soldados. Apenas dois fuzis são carregados, sem que os
atiradores saibam quais. Cada soldado atira no peito do condenado uma vez e, se
ele sobreviver, leva um tiro na cabeça. Depois, o corpo é entregue à família.
História
inspira filme
Depois
dos sucessos de "Tropa de Elite" 1 e 2 e do documentário Ônibus 174,
o cineasta José Padilha havia declarado, ainda em 2012, que iria fazer um documentário contando a história de Marco Archer.
O documentário, previamente intitulado “Curumim, o homem que queria voar”,
estaria orçado em R$ 1,5 milhão.
Fonte/Foto: acrítica.uol.com.br/Arquivo
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