‘CASO MARCELAINE’: CRIME PASSIONAL DE GRANDE REPERCUSSÃO LEVANTA UM DEBATE SOBRE CIÚME ‘FORA DO LIMITE’


Da esquerda para direita: Denise, Marcelaine e Marcos.

Socialite manauara mandou matar rival em crime com características de ciúme patológico. Saiba quais são os sintomas e as consequências da doença
O crime passional arquitetado pela socialite Marcelaine Santos Schumann chocou o País inteiro nos últimos dias. A prisão de Marcelaine, realizada na última semana, trouxe à tona a discussão sobre uma doença subestimada por muitos brasileiros: o ciúme doentio, também chamado de “ciúme patológico”.
O suposto envolvimento entre a empresária Denise Almeida da Silva, 34, e o amante de Marcelaine, Mauro Souto, foi o pano de fundo de uma tentativa de homicídio que envolveu até agentes da polícia norte-americana (Interpol). Segundo investigações da polícia amazonense, a socialite contratou um pistoleiro por R$ 7 mil para matar ou aleijar a rival e fugiu, logo em seguida, para os Estados Unidos.
Para a medicina, o sentimento de medo pela perda do amado, seja amigo, membro da família ou parceiro sexual, é considerado natural e fisiológico. Torna-se anormal, ou “patológico”, quando ocorrem situações extremas como perseguição, investigação e morte.
“O ciúme patológico é um transtorno psicológico formado por criação de ideias que não existem, mas que o doente acredita existir. É difícil detectar no começo se uma pessoa é ciumenta patológica ou não, depende das atitudes que ela toma. Quem verifica muito o telefone, itens pessoais como bolsa e carro ou ainda liga insistentemente para o parceiro tem fortes indícios de ser um paciente com essa doença”, explica a neuropsicóloga Marilena Corrêa.
Em casos de ciúme doentio, a pessoa adquire um sentimento de posse para com o parceiro sem notar que a atitude não é normal. “Todo ciumento patológico nega a doença e isso é um reflexo da sociedade. A maioria das pessoas acredita que quem tem ciúme é porque ama, mas quem ama cuida, não tem ciúme. Não exige a posse, deixa livre porque entende que o que veio para ‘ficar’ na sua vida permanece sem você aprisionar”, disse Marilena.
A neuropsicóloga afirma que, em casos extremos, o paciente com ciúme doentio comete crimes alegando amor. “Ninguém mata por amor. Amor é uma condição sublime que tende a construir e ensinar, matar jamais. Quem justifica que matou por amor é uma pessoa doente e está nessa condição de ciumento patológico”, afirmou.
Tratamento
A doença possui cura e pode ser tratada por meio de medicamentos específicos recomendadas por psiquiatras e terapia acompanhada por psicólogo. “O mais importante do tratamento é que o paciente aceite ser tratado. É comum as pessoas não acreditarem de primeira que ciúme pode, sim, ser uma doença, e grave, e isso dificulta o tratamento. O apoio de familiares e amigos é muito importante nessa hora”, disse a especialista.
Na maioria dos casos, a família e amigos próximos são os primeiros a identificarem a anormalidade da situação. Nessas situações é ideal indicar ao doente que procure um atendimento especializado o quanto antes para evitar a gravidade da doença e, até mesmo, tragédias.
De Miami para o CDP
A socialite Marcelaine  Schumann foi presa na última terça-feira quando chegava de Miami com o marido, o publicitário Edmar Costa. Segundo a Sejus, Marcelaine recebeu atendimento psicológico durante as primeiras 24h no Centro de Detenção Provisória Feminino, onde ficará até julgamento.
Fonte/Arte/Foto: Mariana Lima – acrítica.uol.com.br/Thiago Rocha – Antonio Lima

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