MANAUS-AM: ESTUDANTES CRIAM PROTÓTIPO PARA EVITAR COLISÕES DE AVES CONTRA AVIÕES
Projeto foi desenvolvido ao longo de oito meses. |
Criado por alunos da Fundação Nokia, projeto “Falcon”
consiste em um equipamento que emite frequência sonora capaz de repelir
pássaros. Desequilíbrio causado pelas áreas de lixo urbano aumenta número de
acidentes
Enquanto aves e aeronaves
parecem dividir o espaço aéreo pacificamente, a sua convivência é prejudicada
com extremo risco. No caso da colisão com uma aeronave, um único pássaro tem o
potencial de causar danos severos, levando em alguns casos à perda total da
aeronave, sua tripulação e passageiros.
Pensando nesses e outros
possíveis incidentes, os jovens Gabriel Miller, Lucas Silva e Reinaldo Soares,
que cursam o 3º ano de Telecomunicações no Ensino Médio Técnico da Fundação
Nokia, desenvolveram um protótipo que une hardware e software para emitir uma
frequência sonora capaz de repelir pombos e urubus.
“A ideia surgiu a partir
da verificação de que os urubus podem causar acidentes aéreos ao se chocar com
aeronaves e a presença delas ao redor de aeroportos é uma constante em muitos
aeroportos, principalmente em cidades do interior do Amazonas. Já os pombos
podem transmitir várias doenças através de suas fezes”, explica Reinaldo, de 19
anos. “O prejuízo que os pombos causam com suas fezes é enorme. Além disso, ao
efetuar a limpeza desses excrementos com uma vassoura e pá, por exemplo, é
causar uma poeira tóxica que pode ser inclusive letal”, completa Gabriel.
Invenção
O projeto recebeu o nome
de Falcon - Sistema Ultrassônico para Controle Aviário em Ambientes
Aeroportuários e Domésticos - e foi apresentado pela primeira vez na Feira
Norte de Tecnologia e Ciência, realizada pela Fundação Nokia no dia 19 de
novembro.
O trio desenvolveu o
projeto ao longo de oito meses, com a orientação do professor Marcelo Ribeiro,
e agora aguarda um componente importado da China para aumentar a capacidade de
alcance do protótipo. “O usuário entra no software e escolhe a ave que deseja repelir,
além o horário de início e final da onda sonora. O software envio um sinal para
um microcontrolador que emite essa onda, que é inaudível para os seres
humanos”, diz Rinaldo.
Dessa forma, o projeto
repele as aves sem lhes causar dano físico. “A prevenção de acidentes na
aviação é um mercado de milhões de dólares, com muita tecnologia sendo
desenvolvida constantemente”, relembra Gabriel.
Situação
No Brasil, é observado o
agravamento do risco de colisão de aeronaves com pássaros, principalmente em função
do desequilíbrio ecológico causado pelas áreas destinadas à disposição de lixo
urbano, além de matadouros, curtumes e postos de entrepesca que operam em
desconformidade com a legislação em vigor no entorno dos aeroportos.
Acidentes
Devido a risco de colisões
com aeronaves, que pode ocasionar desde pequenos prejuízos, como danificar
equipamentos e atrasos em voos, assim como um acidente grave, como a queda de
aeronaves, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero)
possui o Plano de Gerenciamento do Risco da Fauna (PGRF) que tem como objetivo
reduzir e/ou eliminar os acidentes aeronáuticos provenientes de ocorrência com
a fauna, através de ações internas ao sítio aeroportuário de manejo de fauna e
que busquem a redução de fatores atrativos.
Além disso, a Infraero
realiza articulações externas (governo e municípios) que visem melhoria das
condições de ocupação do solo e infraestrutura da área do entorno do aeroporto.
Ainda de acordo com a
Infraero desde de 2009 a empresa conta com uma equipe de especialistas para
lidar com Risco da Fauna no Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes,
formada por um Biólogo, um veterinário e quatro auxiliares de campo que atuam
diretamente com o manejo de fauna e com estudos para diminuição de focos
atração de aves.
O aeroporto também dirige
a Comissão de Gerenciamento do Risco da Fauna que busca conscientizar e
articular medidas de mitigação com o poder público. Diversas instituições
publicas e empresas aéreas compõem a comissão.
Atualmente, o Aeroporto
possui também um Projeto de educação ambiental denominado “ASA Limpa”, criado
pela Comissão de Gerenciamento do Risco da Fauna - CGRF e o Grupo de Trabalho
de Educação Ambiental - GTEA, que tem como objetivo conscientizar os alunos
sobre risco da fauna, assim como a necessidade do adequado manejo de resíduos
sólidos e sua relação com a atração da fauna para o sitio aeroportuário; Dentro
deste projeto existem dois Programas: um de visita de técnicos nas escolas no
entorno do aeroporto e outro de visitas escolares dos alunos no aeroporto.
Fonte/Foto:
Perla Soares – ACRITICA.COM/Erica Melo
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