CINCO PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA ARENA DA AMAZÔNIA PÓS-COPA



Último grande evento esportivo de 2014 na Arena aconteceu no sábado; bom público é um alento, mas poucos jogos e ingressos caros decepcionaram
MANAUS – O calendário de eventos esportivos da Arena da Amazônia em 2014 teve o seu último grande evento no sábado (29). Pouco mais de 20 mil pessoas assistiram ao triunfo do Flamengo sobre o Vitória por 4 a 0. Além deste jogo, outras três partidas aconteceram no estádio amazonense pós-Copa do Mundo. Até o fim do ano, a Arena ainda sediará as finais da Série B do Campeonato Amazonense e de um torneio amador local. Em meio à necessidade de espantar o estigma de 'elefante branco', o Portal Amazônia destaca cinco pontos positivos e negativos de como a Arena da Amazônia 'sobrevive' após o Mundial. Confira:
Positivos
1. Casa cheia
Sedento por jogos de grandes clubes do futebol brasileiro, o torcedor amazonense compareceu em bom número na Arena da Amazônia nos jogos que sucederam a Copa do Mundo. Nenhum dos quatro jogos registrou público inferior a 50% da capacidade total do estádio. O clássico carioca entre Botafogo e Flamengo, no dia 25 de outubro, teve 42.391 espectadores. O total de público nos quatro jogos foi de 110.933 pessoas.
2. Renda
A consequência natural de um bom público é uma renda farta. Os quatro jogos na Arena pós-Copa movimentaram uma quantia superior a R$ 8,5 milhões. A renda de R$ 4,118,000 no jogo entre Botafogo e Flamengo foi a terceira maior de um jogo de Série A do Brasileirão em toda a história. Outro fator positivo é que um decreto governamental estabelece que 10% da renda bruta de qualquer jogo na Arena da Amazônia fique para o Estado. Ou seja, mais de R$ 850 mil da renda dos eventos esportivos ficaram na capital amazonense.
3. Multiuso
A justificativa dos administradores da Arena da Amazônia para espantar o rótulo de 'elefante branco' do estádio era a capacidade multiuso do local. E, de fato, uma série de eventos não-esportivos foi promovida no local, desde shows musicais até eventos religiosos. Um deles foi o Boi Manaus, um dos maiores folclóricos do Brasil.
4. Segurança
Salvo o jogo entre Vasco e Oeste, marcado pelo arremesso de uma lata de cerveja no jogador Fábio Santos (Oeste), nenhum grave incidente foi registrado na Arena da Amazônia. Mesmo em partidas de maior 'risco', como Botafogo x Corinthians e Botafogo x Flamengo, a ordem foi mantida. Ponto para o comportamento dos torcedores manauaras.
5. Estrutura
Em meio a todos os problemas da Arena da Amazônia, uma constatação é inegável: o estádio amazonense é um dos mais bonitos do Brasil. A Arena oferece comodidade ao torcedor, tanto nas arquibancadas quanto no entorno do estádio. E com a criação do Memorial do Futebol Amazonense, o local vai se consolidar ainda mais como um dos principais pontos turísticos de Manaus.
Negativos
1. Poucos jogos
Enquanto a Arena Pantanal (Cuiabá) recebeu 16 jogos após a Copa do Mundo, a Arena da Amazônia recebeu apenas quatro partidas em seis meses. A justificativa para a realização de poucos jogos no estádio, tantas vezes chamado de elefante branco, foi o acordo prévio para a realização de shows, o que diminuiu a disponibilidade de datas.
2. Valor dos ingressos
Quem decidiu assistir a uma partida na Arena da Amazônia pós-Copa desembolsou um bom dinheiro. No primeiro jogo, entre Vasco e Oeste, o bilhete mais barato custou R$ 25 (meia-entrada). Para Botafogo x Corinthians, o preço 'popular' foi de R$ 60. E quem assistiu a Botafogo x Flamengo ou Flamengo x Vitória não pagou menos do que R$ 80. No último jogo mencionado, o preço salgado dos ingressos refletiu-se nas arquibancadas. Mesmo com a maciça torcida rubro-negra no Amazonas – a maior do Estado -, apenas 20 mil flamenguistas compareceram ao duelo contra o Vitória. Devido ao público decepcionante, o Flamengo teve prejuízo em jogar na capital amazonense.
3. Ausência de clubes locais
A situação era previsível, mas ainda assim gera lamentação. Nenhum time do Amazonas jogou na Arena da Amazônia após a Copa. Isto porque o futebol amazonense só teve um clube com calendário no segundo semestre de 2014: o Princesa do Solimões, eliminado ainda na primeira fase da Série D. O time de Manacapuru optou por mandar jogos no estádio da Colina e teve prejuízo, pois nenhuma das partidas sequer superou a marca de 1,5 mil espectadores. Para não 'passar em branco', o estádio vai receber ainda neste mês as finais da Série B do Campeonato Amazonense e de um torneio amador local (Copa Samel Interbairros Taça Lima).
4. Gramado
O gramado da Arena da Amazônia foi muito criticado neste período, especialmente no jogo entre Botafogo e Corinthians. A condição da grama forçou paralisações da partida e até mesmo uma improvisação de jardineiro por parte de um jogador do Botafogo (Rodrigo Souto), que tentou tapar uma 'cratera' no gramado. Após o vexame, o Governo do Amazonas proibiu a montagem de palco ou área para espectadores diretamente no gramado em eventos não-esportivos, o que teria danificado a grama. Há de se destacar que no último jogo na Arena em 2014, entre Flamengo e Vitória, o gramado apresentou uma melhora significativa.
5. Sem 'padrão Fifa'
Não há como comparar a organização de um jogo de Copa do Mundo com qualquer um do futebol brasileiro. Quem assistiu a uma partida na Arena pós-Mundial sentiu a diferença. Os assentos, ao contrário de como funcionou na Copa, não são marcados. Também não há qualquer orientação para a entrada dos torcedores no estádio, muito diferente dos agentes que prestavam informações do lado de fora da Arena durante a Copa. A qualidade dos lanches e a limpeza dos banheiros também estão aquém do que foi oferecido no Mundial.
Fonte/Foto: Gabriel Seixas – portalamazonia.com

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