POPULAÇÃO SE PREPARA PARA NOVO PERÍODO DE CHEIA EM MANAUS



Com uma vazante ‘curta’ e o início do período de chuvas, quem vive em áreas alagadiças começa a se preparar para a subida do rio Negro
O rio Negro subiu mais dois centímetros ontem e atingiu a cota de 20,24 metros, de acordo com dados coletados no Porto de Manaus. Desde o início do mês, o rio tem subido, em média, um a dois centímetros por dia e a diferença já pode ser sentida pela população que mora próximo a áreas alagadiças, na orla da capital.
No beco conhecido como “Suvaco da Cobra”, no bairro União, Zona Centro-Sul, os moradores que moram próximo ao igarapé do Bindá, onde todos os anos a enchente causa diversos danos, já começaram a se preocupar com a mudança na rotina dos próximos meses. De acordo com a jardineira Ivaniza Miranda de Lima, 62, que há 20 anos mora no beco, este ano a cheia chegou mais cedo e, na chuva forte do último domingo, o igarapé subiu e quase transbordou. “Este ano o igarapé está subindo mais rápido e a minha preocupação é que as chuvas fortes ainda nem começaram, então a tendência é que nosso sofrimento seja muito maior”, disse Ivaniza.
A jardineira lembra que, todos os anos, a enchente prejudica as casas e que muitos moradores desistiram de arrumar e comprar móveis porque tudo se perde com a subida das águas, ano após ano. “As pessoas não aguentam mais as promessas de sair da área alagada e agora simplesmente aceitaram viver nessa luta”, acrescentou Ivaniza.
Para Ivaniza, como não há tempo para retirar as famílias do beco antes da próxima cheia, a solução seria limpar o igarapé, que está tomado por lixo e areia, o que dificulta a escoamento da água. “Se pelo menos eles tirassem a areia que fica acumulada no igarapé a situação iria melhorar e talvez o sofrimento não fosse tanto”, sugeriu.
Assim como no beco Suvaco da Cobra, os moradores do beco Ana Nogueira, no bairro Educandos, Zona Sul, também se preparam para uma enchente mais rigorosa, pois a vazante deste ano foi menor que a dos anos anteriores e o rio já voltou a subir.
De acordo com o morador do beco Raimundo Cavalcante, 61, diferente dos outros anos, quando só é possível notar a subida do rio a partir de janeiro, este ano a situação foi diferente e, no final de outubro, os moradores das “beiras” já puderam perceber o início da cheia. “Agora não temos tempo nem de terminar de arrumar a casa para esperar a próxima enchente, porque tudo está acontecendo muito rápido”, disse Raimundo.
Fonte/Foto: Jéssica Vasconcelos  - acrítica.uol.com.br/Winnetou Almeida

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