JATENE CHAMA DE IRRESPONSÁVEIS POLÍTICOS QUE QUEREM DIVIDIR O PARÁ
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Simão
Jatene critica separatistas
Reeleito com votação apertada, Simão Jatene (PSDB),
vai se tornar o político que mais tempo passou à frente do governo do Pará: 12
anos.
Jatene, que foi um dos
fundadores do PSDB, derrotou Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader
Barbalho (PMDB-PA), após uma campanha repleta de ataques, cujo resultado ecoou
o plebiscito que vetou a ideia da divisão do território em três Estados, em
2011.
“Quando vimos o mapa de
votação [do primeiro turno], com vitória deles nos territórios que buscaram a
divisão, não teve jeito, tivemos que tomar algumas decisões, denunciar a
safadeza disso. Eles queriam um novo plebiscito, mas só com as pessoas de lá. É
uma maluquice”, disse o governador, em entrevista à Folha na segunda (27).
O tucano garantiu sua
terceira vitória para governador ao conquistar a maioria dos eleitores de Belém
e região metropolitana, compensando o triunfo de Helder nas cidades que
formariam os territórios (em especial Santarém e Marabá) –o vice do
peemedebista ainda defende a separação do Estado.
E criticou o governo federal,
acusando-o de “saquear” a Amazônia com grandes obras. “Esse olhar para a
Amazônia, um almoxarifado que tu saqueias e fica por isso mesmo, está cada vez
mais insustentável. E isso era o compromisso da Marina [Silva] e, de certa
forma, do Aécio [Neves]“, disse Jatene, citando os dois presidenciáveis de quem
recebeu apoio.
No meio da entrevista,
recebeu telefonema de Marina, parabenizando-o pela votação, e cobrando
novamente os compromissos pela preservação da Amazônia. “Desde o tempo da
borracha é nítida a contribuição do Pará ao governo brasileiro. Mas
lamentavelmente o Pará não tem tido o reconhecimento do governo federal.”
Abaixo, o trecho da
entrevista, em Belém, onde aborda o tema ESTADO DIVIDIDO/SEPARATISMO:
“O plebiscito de 2011 foi
uma das experiências mais sérias e traumáticas que o Estado já teve. Há muitos
pedidos de divisão de Estados pelo país, mas nos fizeram de cobaia. A campanha
do “sim”, com o Duda Mendonça, começou a ganhar corpo, e começaram a produzir
peças violentas, grosseiras. Quando percebi isso, pensei: ‘não tenho saída,
tenho que puxar essa coisa [a campanha do 'não'] para mim’. É melhor do que
deixar que as populações entrem em conflito.
Nesta eleição, na última
semana antes do primeiro turno, eles [Helder] partiram para uma campanha
desgraçada, revivendo o plebiscito. Isso mexeu com o sentimento que estava
adormecido. Eles terminaram o primeiro turno com 50 mil votos na frente. Quando
vimos o mapa de votação, com vitória deles nos territórios que buscaram a
divisão, não teve jeito, tivemos que tomar algumas decisões, denunciar a
safadeza disso. Eles queriam um novo plebiscito, mas só com as pessoas de lá. É
uma maluquice.
Não dá para meia dúzia de
irresponsáveis, de lideranças sub-regionais, fazer um estrago deste tamanho.
Nós estreitamos [a votação] nas duas regiões, diminuímos a diferença, e abrimos
[margem] na região metropolitana e na região nordeste.”
Fonte/Foto:
Lucas Reis - Folha de São Paulo


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