APROVADO PROJETO QUE ALIVIA DÍVIDA DE ESTADOS E MUNICÍPIOS
Proposta reivindicada por
governadores e prefeitos segue para sanção
O plenário do Senado
Federal aprovou nesta quarta-feira (5), por unanimidade, projeto de lei que
altera o indexador da dívida de estados e municípios com a União e alivia a
situação fiscal desses entes da federação. A proposta também garante correção
retroativa das dívidas contraídas antes de 1º de janeiro de 2013. Já aprovada
pela Câmara, a matéria seguirá para sanção presidencial.
A proposta alivia a
situação fiscal ao reduzir os juros das dívidas contraídas com a União.
Atualmente a correção é baseada no Índice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna (IGP-DI) mais 6% a 9% de juros ao ano. Com o projeto, o indexador
passará a ser a taxa Selic ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) mais 4% de juros, o que for menor.
O projeto é reivindicado
por prefeitos e governadores, mas desde fevereiro estava parado no Senado por
pressão do Palácio do Planalto, que temia desequilíbrio das contas públicas. A
votação após as eleições foi um compromisso assumido pelo presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-PB), junto a governadores e prefeitos que o pressionaram
pela aprovação do projeto.
Por representar perda de
arrecadação, a renegociação das dívidas de estados e municípios é considerada
um dos projetos da chamada “pauta-bomba” - matérias que geram aumento de gasto
para o governo federal.
Ministros enviados pelo
Palácio do Planalto chegaram a procurar o presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para tentar evitar a aprovação dessas pautas.
O presidente do Senado, porém, disse não ter recebido nenhuma orientação da
Presidência e que pautaria o projeto devido ao compromisso assumido com
prefeitos e governadores.
Acompanharam a sessão
desta quarta-feira o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e governador
eleito do Rio de Janeiro Pezão e os prefeitos Fernando Haddad (São Paulo),
Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e Arthur Virgílio (Manaus).
O relator, senador Luiz
Henrique (PMDB-SC), afirmou que o projeto “devolve aos estados parte da
capacidade de investimento que eles perderam”. Segundo dados citados por ele, o
Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro apresentam “os quadros mais graves de
endividamento”.
O Rio Grande do Sul tomou
R$ 9,859 bilhões em 1998, pagou até dezembro de 2013 R$ 16,832 bilhões e ainda
está devendo R$ 44,384
bilhões. Já o Rio de
Janeiro pegou emprestado R$ 18,5 bilhões, pagou R$ 20,914 bilhões e deve R$
49,855 bilhões.
Retroatividade
O projeto garante
abatimento do estoque das dívidas contraídas antes de 1º de janeiro de 2013, o
que era reivindicado pelos prefeitos e governadores. A retroatividade foi
incluída pelos deputados federais e sofreu resistência do Palácio do Planalto,
que temia perdas futuras na arrecadação e desequilíbrio fiscal.
O texto aprovado pelos
senadores garante a correção retroativa do saldo devedor pela variação
acumulada da taxa Selic desde a assinatura dos contratos. O artigo, que sofria
ameaça de ser vetado pela presidente Dilma Rousseff, será mantido, segundo
informou o líder do PT, Humberto Costa (PE).
Fonte: G1
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