JUNHO É O MÊS PARA FESTEJAR OS SANTOS
Cultura junina veio com invasor europeu e se firmou
sobretudo no Nordeste
Uma das mais ricas
manifestações culturais brasileiras, a festa junina é comemorada em todo o
país, em junho. Muitos não conhecem mais a história da festa e de seus santos,
o significado dos rituais, além das letras das músicas mais tradicionais. Tudo
começou com a colonização, após 1500, quando os portugueses introduziram em
nosso país muitas características da cultura europeia, como as festas juninas,
disseminadas em todo o Brasil. Foi no Nordeste que ela se enraizou, tornando-se
forte culturalmente. Nessa região, as comemorações duram um mês e há vários
concursos para eleger os melhores grupos de quadrilha. A comemoração é católica
e remete a três santos: no dia 13, Santo Antônio; no dia 24, São João; e no dia
29, São Pedro.
Entre os homenageados,
Santo Antônio é o que tem mais devotos no Brasil. Normalmente representado
carregando o menino Jesus, é conhecido como “casamenteiro” e o mais invocado
para auxiliar moças solteiras em busca de noivos. Todo dia 13 de junho, as
igrejas distribuem os tradicionais pãezinhos de Santo Antônio, que devem ficar
guardados em uma lata de mantimento para garantir fartura durante o ano. Frei
Edilson Silva explica que, como o santo era cozinheiro, distribuía o pão, pois
era muito caridoso com os pobres. “Santo Antônio operou vários milagres em
pessoas que corriam risco ou em estado de abandono, eram socorridos por ele,
então ficou conhecido também pela sua generosidade. Os devotos têm a tradição
de levar consigo uma medalhinha no bolso para se sentirem protegidos”. O Frei relembra
também outro momento importante celebrado, a ‘trezena’, quando de 1 a 13 de
junho se constitui de momentos de orações, leitura do responsório, benção da
água e a benção do pão.
COLEÇÃO
A jovem devota de Santo
Antônio, Ana Marina, 23 anos, que tem uma coleção de imagens do santo, quer
garantir suas promessas: ela pede por um casamento. Ana estudou no Colégio
Santo Antônio, do maternal ao Convênio, onde começou a admiração, mas se tornou
devota há pouco mais de 5 anos. “Tudo começou com uma brincadeira em casa, onde
eu reclamava que não conseguia arrumar namorado e meus pais disseram que eu
deveria pedir a Santo Antônio e existiam diversas formas para isso: pendurar a
imagem do Santo de cabeça para baixo, deixá-lo atrás do armário, tirar o Menino
Jesus de seu colo, guardá-lo no congelador e até mesmo cozinhá-lo no feijão; e
todas devem ser feitas com imagens que tem alcançado. A maior graça foi a
conquista da aprovação no vestibular da Universidade Federal do Pará (UFPA),
disse.
Comemorado no dia 24, São
João é conhecido como o “Santo festeiro”, tudo porque neste dia são realizadas
muitas festas e comemorações, cheias de danças. Alguns símbolos muito
conhecidos nas celebrações são a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a
palha e o manjericão e outros. Neste mês, é celebrado o dia do seu nascimento -
é o único santo, junto com Nossa Senhora, em que a Igreja celebra o dia do
nascimento; para todos os outros santos celebra-se o dia da morte. O Padre
Agostinho Cruz, da Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças,
comenta que para a Igreja católica, o Santo, por sua singularidade, é conhecido
como Precursor, ou seja, aquele que vai à frente de Jesus, abre-lhe os caminhos
e anuncia-lhe ao povo.
Último santo celebrado no
mês, dia 29, São Pedro também desperta a devoção das pessoas. Foi um pescador
chamado por Jesus no meio do seu trabalho e
escolhido como o líder dos apóstolos; criou mais tarde a comunidade
cristã de Roma, vindo a se tornar o primeiro papa da Igreja Católica. “São
Pedro tinha uma liderança, era um dos mais maduros, Jesus transmitiu o seu
poder para ele, se tornou o protetor das casas, os devotos gostam da benção das
chaves, que é feita porque São Pedro é guardião das chaves do céu, desta forma
os fiéis dirigem-se a ele pedindo proteção aos seus lares”, explica o Padre
Antônio da Silva, da paróquia São Pedro e São Paulo.
Fonte/Foto:
ORMNews
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