COM FOCO NO JOGO ENTRE ITÁLIA E INGLATERRA, THE NEW YORK TIMES TENTA DESMISTIFICAR MANAUS
Periódico norte-americano tomou como base as altas
temperaturas e graus de umidade para escrever a reportagem, que remonta a
trajetória das polêmicas envolvendo a cidade-sede no meio da Floresta Amazônica
Inglaterra e Itália fazem
o primeiro jogo da Copa do Mundo em Manaus neste sábado (14) e, desde o começo
desta semana, turistas - principalmente estrangeiros - podem ser avistados
andando pela capital amazonense. De alguns meses para cá, os olhos se voltaram
à "capital da Amazônia" e Manaus passou de desconhecida para metrópole
da floresta. Mesmo assim, a imprensa internacional continua tentando
desmistificar a cidade: desta vez, foi o norte-americano The New York Times que
resumiu a passagem de fãs ingleses por aqui e evidenciou o que eles têm enfrentado
de pior: o calor e a umidade.
Em matéria publicada na
versão impressa e online do aclamado períodico, o jornalista Jeré Longman, que
assina o texto (com uma linguagem informal e irônica), já começa falando do
clima local, lembrando da polêmica que evidenciou Manaus em primeiro lugar.
"É o lugar que todos os 32 times provavelmente queriam evitar na Copa do
Mundo", começa a reportagem, comparando o calor da cidade amazônica com o
de uma máquina de secar cheia de roupas úmidas.
Para o repórter, o técnico
da Inglaterra Roy Hodgson estava apenas sendo honesto quando disse que Manaus
era a sede a ser evitada por causa das altas temperaturas e ele remonta os
capítulos do entrave entre o dirigente esportivo o prefeito Artur Virgílio
Neto, dizendo que o político pediu por uma Seleção melhor, de preferência com
um técnico mais sensível e educado. "Nenhum dos dois receberam aquilo que
queriam", continua o texto, que depois fala que os dois fizeram as pazes e
que Hodgson tem evitado reclamar sobre a sede.
Em seguida, a tão perigosa
malária entra em evidência, "mas não da forma divulgada pelos tabloides
britânicos", admite o New York Times. "Matérias têm alertado sobre
besouros com mandíbulas capazes de arrancar a ponta de um dedo humano, revoada
de mosquitos, cobras gigantes venenosas e um pequeno peixe capaz de nadar pela
uretra de quem tenta urinar no Rio Amazonas.
Essas anedotas alarmistas podem nem ser verdades, mas mesmo assim (é de
se preocupar)", escreve Longman.
Como argumento
tranquilizante, surge declarações do prefeito de Manaus, que lembra a todos que
a cidade que administra tem dois milhões de habitantes, um aclamado teatro, uma
vital zona industrial, maravilhosa gastronomia e uma grande base para o
ecoturismo. "Mas certamente, nenhum outro Prefeito de qualquer cidade-sede
precisou negar que haveriam cobras e tarântulas andando pelas ruas e caindo de
árvores", ironiza.
Mas se as cobras urbanas
não sufocarão as pessoas, o calor e a umidade talvez sim, continua o texto, que
fala da piada interna de todo amazonense: "Residentes brincam que em
Manaus só há duas estações, o verão e o inferno". Daqui em diante, o foco
da reportagem é a estreia da Inglaterra na Copa do Mundo 2014, que começa
puxando um histórico que mostra que os ingleses são mais bem-sucedidos jogando
em temperaturas amenas.
De acordo com um torcedor
da Inglaterra que já está em Manaus, "a umidade pode matar um
inglês". Mas para o repórter, a temperatura já estará mais baixa por volta
das 18h, horário da partida, o que faz a cor do uniforme ser indiferente (ele
disse que o branco da primeira camisa poderia facilitar o rendimento dos
atletas). "O vermelho pode fazer um time aparentar mais confiante e
ameaçador. Mas é difícil aparentar ameaçador quando se está exausto",
brinca o jornalista, mais uma vez.
Toda a preparação da
Inglaterra para estrear na capital amazonense é descrita com fidelidade, desde
os treinos com agasalhos em Portugal até as bebidas revigorantes personalizadas
para cada atleta, criadas durante a passagem da seleção por Miami, nos Estados
Unidos. "Todos estão assustados com Manaus, então estamos curiosos para saber
como vai ser jogar lá", disse o defensor italiano Giorgio Chiellini para o
jornal.
Longman cita, já perto do
fim da reportagem, que pausas para hidratação serão permitidas, assim como
toalhas molhadas e pacotes de gelo que estarão disponíveis para os jogadores.
"Tanto Inglaterra quanto Itália irão sofrer, então não faz sentido se
preocupar com isso", disse o italiano Andrea Pirlo para o jornalista.
Faltando algumas horas para a bola rolar, é esperar para ver o resultado de um
clássico internacional, com cinco taças mundiais em campo, disputado no coração
da Floresta Amazônica.
Fonte/Foto: Victor Affonso -
ACRITICA.COM/Reprodução – The New York Times
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