MANAUS: CONFIRMADO. BALAS QUE MATARAM DELEGADO SAÍRAM DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA-SSP
Projéteis usados no assassinato de Oscar Cardoso (foto) pertenciam à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP)
O secretário de Segurança
Pública do Amazonas, Paulo Roberto Vital, confirmou ontem que os projéteis de
pistola calibre ponto 40 que foram usadas pelos assassinos do delegado Oscar
Cardoso, 61, foram comprados pela
Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), conforme já havia sido
divulgado anteriormente por A CRÍTICA.
Segundo Vital, a
confirmação veio por meio de consulta feita ao fabricante das munições, a
Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), que informou que as munições calibre
ponto 40 S&W, marca CBC, pertencentes aos lotes AHY60 e ABO62, foram
adquiridos pela SSP.
O secretário informou
ainda que repassou as informações para o titular da Delegacia Especializada em
Homicídios e Sequestros (DEHS), Paulo Martins,
que está presidindo as investigações sobre a morte do delegado.
“Já comuniquei isso ao
delegado e ele vai dar continuidade às investigações para tentar chegar aos
autores do crime do delegado”, disse.
Vital disse que, ontem, não tinha como informar se
as munições foram distribuídas para a
Polícia Militar, Civil ou outra unidade.
“Nós temos essas informações na secretaria, mas no momento não tenho como
informar com segurança”, justificou.
Detalhes
Segundo o delegado Paulo
Martins, pelo menos 22 dos estojos encontrados no local em que o delegado foi
executado pertenciam aos lotes de munições AHY60 e ABO62 calibre ponto 40
S&W, marca CBC. No dia 10 deste mês,
Martins pediu à SSP que informasse se esses lotes de munições haviam sido
adquiridos pela SSP.
O promotor de Justiça da
2ª Vara do Tribunal do Júri, Ednaldo Medeiros, que está acompanhando as
investigações sobre o assassinato do delegado Oscar Cardoso, disse ter achado
estranha a primeira resposta da SSP, informando que o almoxarifado não tinha o
controle da distribuição de munições por lotes.
Medeiros classificou a
“falta de controle” como algo “extremamente grave” porque, segundo ele,
contribui para a impossibilidade da elucidação de diversos crimes, não apenas
do delegado Oscar Cardoso, como de outras pessoas que foram executados com
armas de calibre de uso restrito das polícias. A situação, alegou ele, também
“depõe contra a inteligência de investigação da SSP”.
Crime
O delegado Oscar Cardoso
foi executado com mais de 20 tiros na tarde de 9 de março, na esquina entre as
ruas Negreiros Ferreira e Carvalho Paes de Andrade, bairro São Francisco, Zona
Sul. A autoria do crime está sendo atribuída a um grupo de criminosos comandado
pelo traficante de drogas João Pinto Carioca, o “João Branco”, em represália ao
estupro e extorsão que a mulher do traficante, Sheila Maria Faustino Peres,
sofreu em setembro do ano passado.
Fonte/Foto:
Joana Queiroz – acrítica.uol.com.br/Antonio Menezes
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