AMAZONAS, ELEIÇÕES 2014: PRIMEIRA DISPUTA SERÁ SUSTENTAR CANDIDATURA


Pré-candidatos têm menos de três meses para convencer aliados e partidos de que reúnem condições para disputar o governo
Passado o primeiro prazo fatal para as candidaturas rumo às Eleições 2014 - a desincompatibilização do Executivo - os nove pré-candidatos ao Governo testam o fôlego para que seus nomes não naufraguem antes das convenções partidárias. Os partidos têm até 30 de junho para confirmar os candidatos do pleito deste ano. Serão menos de três meses de intensas negociações internas e tentativas de crescimento junto ao eleitorado, segundo os próprios aspirantes a candidato.
O governador e pré-candidato à reeleição José Melo (Pros), ao assumir o cargo na última sexta-feira (11), deu um upgrade na sua musculatura na queda de braço que trava com o senador e pré-candidato ao Governo, Eduardo Braga (PMDB), por alianças para fortalecer sua chapa. Melo agora é o mandatário da máquina estadual, sem a qual Braga nunca saiu vitorioso de um pleito majoritário. O cenário de pesquisas pré-eleitorais, no entanto, até gora, desfavorece José Melo, que aparece em penúltimo lugar na intenção de votos, enquanto Braga se posiciona em primeiro lugar e costura alternativas financeiras para enfrentar a máquina.
Em entrevista a A CRÍTICA no dia 27 de março, José Melo disse que já contava com o apoio de 40 dos 61 prefeitos do interior e 20 dos 24 deputados estaduais. “Mas é assim, chegará o momento que cada um deles (possíveis aliados) vão imaginar a eleição. Se meu abrigo for a certeza para eles de que serão eleitos, virão para mim. Se não for, não tenha dúvida, que eles irão para outro lado. Porque é a sobrevivência deles. Vou entender”, declarou.
Mulher
Com a experiência de ter sofrido pressão para renunciar à candidatura na véspera da convenção em 2012, a única pré-candidata mulher na disputa ao Governo este ano, a deputada federal Rebecca Garcia (PP) afirma que costura condições que fortaleçam sua pré-candidatura, mas que, independente desses fatores, considera sua decisão de disputar o governo irrevogável.
A maior dificuldade agora, segundo Rebecca, é saber quais das pré-candidaturas postas realmente se confirmam. As conversas são travadas ao mesmo tempo em que a pulverização de candidaturas é avaliada como importante para levar a eleição, de forma inédita, ao segundo turno. “Havia uma conversa nossa com o PSB, mas aí surgiu a candidatura de Marcelo Ramos, que é legítima e importante. Quanto mais candidaturas melhor”.
Sem espaço na base do Governo Federal e Estadual, Rebecca tenta o apoio da máquina municipal. Diz não temer a imagem negativa dos tucanos no Amazonas. “O ícone do PSDB no Amazonas é Artur Virgílio, prefeito bem avaliado de Manaus”.
Intermediários buscam alianças
Pré-candidatos de blocos intermediários buscam alianças que propiciem tempos mínimos de TV e plataformas que os apresentem como alternativa ao grupo que comanda o Estado há 31 anos na busca dos votos dos insatisfeitos. Só em 2010, foram 405.496 que não votaram no primeiro turno. Em 2012, a abstenção foi de 368.951. Conta a favor dos blocos intermediários, o índice de rejeição apontado nas pesquisas pré-eleitorais dos candidatos que polarizam as forças políticas na disputa: Eduardo Braga e Melo.
O PPS de Hissa Abrahão (PPS) tenta desde o início do ano viabilizá-lo como palanque do presidenciável Eduardo Campos (PSB) no Amazonas. Mas é rejeitado pelo Rede de Marina Silva que sustenta a pré-candidatura do deputado Marcelo Ramos (PSB) ao mesmo cargo. Sem desistir, na próxima semana, reúnem-se em Brasília representantes do Rede, PSB e PPS para a difícil conversão de forças em torno de Hissa. Isso porque Hissa conta com o apoio do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, na empreitada. Mas, nos bastidores, a informação é que a pré-candidatura de Marcelo Ramos no Amazonas foi uma das condições para que Marina aceitasse ser vice de Eduardo Campos.
Candidaturas que podem virar apoios
As pré-candidaturas do deputado estadual Chico Preto (PMN) e do deputado federal Henrique Oliveira (SSD) são apontadas por analistas políticos como as mais propícias a se transformarem em apoio a outras candidaturas até junho. Ambos negam a possibilidade.
Com pré-candidatura lançada desde agosto de 2012, o deputado Henrique, nas pesquisas feitas até agora, é ignorado nos levantamentos ao Governo e testado para ao Senado. Campeão de votos em pleitos passados, Henrique conquistou o carisma do eleitorado como xerife eletrônico. A fama rendeu a ele a terceira melhor votação em Manaus, em 2012. Mas está fora das telas há mais de dois anos. “O eleitorado não vê com bons olhos esses conchavos de bastidores para abafar outros candidatos. Meu nome é tirado das pesquisas porque se entrar terá um bom retorno de intenção de votos. Faremos as nossas próprias pesquisas”, declarou Henrique.
Para Chico Preto, que há poucos meses deixou a liderança da maioria do Governo do Estado, o desafio é convencer as pessoas da mudança. “Não vou me apequenar a esse ponto. Minha relação com Braga se resolve no campo pessoal. Na disputa, vou me pautar por propostas por um Amazonas mais ousado”, disse.

Fonte/Arte: Rosiene Carvalho – ACRITICA.COM/Heli

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