MANAUS-AM: VIÚVA DO DELEGADO OSCAR CARDOSO, EXECUTADO A TIROS, GARANTE QUE JÁ PERDOOU OS ASSASSINOS DO MARIDO
“Quem fez isso com o meu
marido? Eu não quero saber. Eles (os
criminosos) já têm o nosso perdão. Falo isso do fundo do meu coração. Desejo
que eles encontrem a paz como nós encontramos.” A frase é da assistente social
Nazaré Cardoso, 48, viúva do delegado de Polícia Civil Oscar Cardoso Filho, 61,
executado a tiros no domingo passado. Ela falou com exclusividade para o jornal
A CRÍTICA, de Manaus, sobre a família, a fé que tem em Deus e da vida que durou
28 anos ao lado de Oscar.
Nazaré continua residindo
na mesma casa, localizada no bairro de São Francisco, Zona Sul, onde morava com
o delegado, havia mais de 28 anos e onde também guarda todas as condecorações
que ele recebeu pelos trabalhos de destaque que fez como delegado, assim como
os diplomas, ofícios, e demais documentos de agradecimento e reconhecimento.
De acordo com a assistente
social, no momento não existem planos para mudar de endereço. Ela e os filhos
estão em paz e não estão sofrendo nenhuma ameaça.
Quanto a viatura com
policiais fortemente armados que, desde o dia que o marido foi assassinado,
estava parada próximo de sua casa, a viúva explicou que o fato é porque seu
filho mais velho é oficial da Polícia Militar.
Ameaças
Dias antes de ser
assassinado, o delegado Oscar Cardoso esteve no Sindicato dos Policiais Civis
do Amazonas e confidenciou para alguns colegas que estava com medo por estar
recebendo ameaças de morte. Ele manifestou o desejo de ser transferido para uma
cidade do interior do Estado, se fosse possível para um dos mais longe da
capital.
Entretanto, a mulher do
delegado disse que seu marido não estava sendo ameaçado de morte por ninguém.
“Isso que andam dizendo por aí é mentira. Se ele tivesse recebido algum tipo de
ameaça teria falado pra mim, e ele não fez isso”, disse Nazaré. Segundo ela,
ele realmente pretendia trabalhar no interior, mas em um município próximo.
O desejo de ser
transferido, segundo a explicação da viúva,
era por conta da gratificação da titularidade de uma delegacia no
interior que é de R$ 4 mil. Como estava tendo muitas despesas com advogados para provar que era inocente das acusações de
extorsão, Oscar tinha pretenções em ser o delegado do municio do Careiro.
Nazaré fez questão de
ressaltar que, para ela e os filhos, o caso da morte de Oscar está encerrado.
Eles não querem saber quem foram os assassinos do delegado e nunca pensaram em
vingança. Ainda segundo ela, Cardoso
eram um homem de paz e não gostaria que alguém agisse com violência. Ele estava
provando a inocência dele.
“Se eu um dia eu ficasse
frente a frente com eles (os assassinos), pediria que procurassem Deus todos os
dias para terem paz”.
Nazaré afirmou que jamais
irá a Secretaria de Segurança ou a Delegacia Geral da Polícia Civil para cobrar
a prisão dos assassinos do marido. Ela disse que ainda chora a morte do marido,
sente falta dele, mas ao mesmo tempo consegue agradecer a Deus pela família.
“Apesar dele estar fazendo
muita falta porque era um grande homem, honrado, trabalhador, honesto, não me
importa o que o mundo fala, esta casa está cheia de paz e de amor como sempre
foi,” declarou.
A força para superar a dor
e ainda ajudar os filhos vem da fé que tem em Deus. Católica praticante, ela
diz que desde quando casou com o delegado, há 28 anos, vai à missa todos os
domingos. Depois da morte do marido, vem realizando reuniões de oração em sua
casa.
Fonte/Foto: acrítica.uol.com.br/Antonio
Menezes
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