DISCRIMINAÇÃO CONTRA INDÍGENAS EM SANTARÉM MOVE AÇÃO DO MPF
Em Santarém, União, Estado e município devem promover
ações educativas. Denúncias mostram que atos discriminatórios são frequentes.
O Ministério Público
Federal (MPF) pede, através de uma ação civil pública, que a União, o Estado e
o município de Santarém, oeste do Pará, sejam obrigados a promover com urgência
medidas educativas que visem combater o racismo contra indígenas no município.
A ação, que pode ser acompanhada no site do MPF, surgiu a partir de denúncias
registradas pelo órgão que mostram que atos discriminatórios contra os índios
têm sido frequentes em Santarém, principalmente em ambientes escolares ou em
meio a disputas pelo direito à terra.
A ação pede decisão
urgente para determinar que sejam desenvolvidos, entre outras atividades,
programas educativos no sistema educacional e nos meios de comunicação de massa
contra o combater o racismo, além da distribuição de cartilhas a estudantes e à
população para combater a discriminação étnica.
Para garantir que essas
medidas sejam executadas, o MPF pediu à Justiça o sequestro da verba
orçamentária destinada à publicidade de atos institucionais dos governos.
Segundo a ação, esses recursos devem ser aplicados especialmente no
desenvolvimento de campanhas educacionais nos meios de comunicação de massa,
como rádios e televisões.
A União, Estado e
município de Santarém devem, através da ação, apresentar a cada 30 dias um
relatório detalhado sobre as providências tomadas. Caso a Justiça acate os
pedidos do MPF e a decisão não seja cumprida, a ação pede a aplicação de multa
diária de R$ 1 mil contra o ministro da Educação, o governador do Estado, o
secretário estadual de Educação, o prefeito de Santarém e a secretária
municipal de Educação.
Intolerância contra
indígenas
Como exemplos da crescente
intolerância contra indígenas no município, o MPF citou na ação casos de
denúncias de atos discriminatórios em escolas, de atos praticados por
servidores públicos e até o incêndio de uma moradia indígena este ano. “Existe
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, em razão dos recentes
episódios de intolerância étnica que ocorreram na região”, alerta ação.
A ação foi encaminhada à
Justiça Federal em Santarém na quinta-feira (20). Se a Justiça negar o pedido
emergencial, o MPF ressalta que a ação pede sentença que obrigue a abordagem,
no currículo escolar da rede pública municipal, estadual e particular, assim
como nas universidades, da história dos povos indígenas da região e suas
contribuições na construção da formação política, religiosa e social do Brasil,
do Estado e do município.
Fonte: G1 Santarém

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