COLETA DE ASSINATURAS COBRA PESQUISA SOBRE POLUIÇÃO NO RIO TAPAJÓS
Coloração habitual, como
na foto, não se estende por todo o rio Tapajós.
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Coleta de assinaturas iniciou na terça-feira, 14, em
Santarém.
Suspeita é de que rio esteja sendo contaminado por
produtos químicos.
Um grupo, formado por
jornalistas, professores, estudantes e outros profissionais, iniciou na noite
de terça-feira (14), em Santarém, oeste do Pará, uma mobilização para a coleta
de assinaturas em uma petição pública, pedindo ao governo do Estado que custeie
uma pesquisa para verificar o grau de contaminação do Rio Tapajós.
A suspeita, segundo o
grupo, é de que o rio esteja sendo contaminado por produtos químicos
decorrentes de trabalhos em garimpos e da mineração industrial. Segundo
pesquisadores, na década de 1980, quando aproximadamente 500 mil pessoas se
dedicavam à atividade garimpeira na região, toneladas de barro e mercúrio foram
despejados contaminando as águas do Rio Tapajós.
“Já há um antecedente. Há
25 anos, o Tapajós ficou cheio de lama, peixes foram contaminados e pessoas
adoeceram. As praias ficaram amareladas. As pessoas não podiam cair na água
porque ficavam com o corpo cheio de coceira”, afirmou o jornalista e
pesquisador Manuel Dutra.
No processo de garimpagem,
o mercúrio é usado de forma líquida. Com isso, o metal pode capturar grãos de
ouro, formando uma liga. A suspeita é de que, novamente, atividades que
prejudicam o meio ambiente estejam sendo realizadas. A intenção é de que
pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal
do Oeste do Pará (Ufopa) colham amostras de vários pontos do rio e façam os
testes em laboratórios para traçar um diagnóstico, com os custos bancados pelo
governo do Estado.
“Vamos entregar a petição
em mãos ao governador Simão Jatene, exigindo que até maio esteja pronta a
pesquisa que comprove cientificamente se o rio está ou não sendo poluído
novamente. A nossa hipótese é de que está sendo poluída”, completou Dutra.
Nos últimos três anos, com
a subida do preço do ouro, a garimpagem retornou com força ao vale do
Tapajós/Jamanxim. No entanto, não se trata mais da ação de milhares de peões,
mas da introdução de tecnologia mais avançada, o que pode provocar danos à
saúde, meio ambiente e prejudicar a economia na região.
“Santarém, sem o Rio
Tapajós, ficará uma cidade fantasma. Qual vai ser o chamariz turístico com o
rio amarelado e as praias sujas? Alter do Chão vai para aonde? Os investimentos
feitos vão para aonde? Quem vai a Alter do Chão ver o Sairé e tomar banho na
Ilha do Amor?”, questiona o pesquisador.
A coleta de assinaturas
prossegue até o dia 25 de janeiro. Qualquer pessoa pode participar, bastando
acessar o endereço eletrônico da petição pública.
Fonte/Foto:
G1 Santarém/Joab Ferreira
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