CIDADANIA/ELEIÇÕES: PRESIDENTE, GOVERNADOR, SENADOR E DEPUTADO – AFINAL, O QUE FAZEM?
Em seu artigo 1º, a Lei
9.504/97, que estabelece as normas para as eleições no Brasil, diz que elas:
"[...] dar-se-ão, em todo o País, no primeiro domingo de outubro do ano
respectivo". (O adjetivo "respectivo", no caso, refere-se ao fato
de as eleições municipais não ocorrerem no mesmo ano que as federais e
estaduais.)
Então, em 1º de outubro de
2006, por exemplo, teve lugar a disputa para os cargos de presidente da
República, governadores de Estado, senadores, deputados federais e estaduais. A
imprensa acompanhou a campanha, que, nos últimos dias, foi maculada por mais um
escândalo: a chamada "crise do dossiê", que levou a eleição
presidencial para segundo turno.
Porém, vamos deixar de
lado os fatos e pensar a eleição pelo seu aspecto institucional. Você, por
acaso, sabe quais são as atribuições básicas de cada um dos cargos que foram
pleiteados pelos candidatos? Não? Então vale a pena apresentá-las resumidamente
nas linhas que seguem. Caso queira conhecê-las detalhadamente você deve
remeter-se à Constituição federal.
Chefe de Estado e de Governo
Para começar, o presidente
da República. Ele é o chefe de Estado e do Governo brasileiro. Nos regimes
parlamentaristas, o chefe de Estado, isto é, aquele que representa a nação,
pode ser um presidente, um rei, rainha ou imperador. Já quem efetivamente cuida
dos negócios do governo é o primeiro-ministro. Num regime presidencialista como
o nosso, o presidente assume os dois papeis.
Nessas funções, o ocupante
da Presidência, auxiliado por seu ministério, cuida da defesa nacional e das
relações com outros países, também define as regras de comércio exterior e
quanto o país deve poupar para pagar as suas dívidas, que no caso brasileiro
não são poucas.
Além disso, ele é
responsável pela infra-estrutura nacional (transportes, comunicações, fontes de
energia, etc.), bem como pelas políticas de saúde, cultura e educação.
Finalmente, ele aprova as leis formuladas no Congresso, e também pode propor
leis - o que deveria acontecer de modo excepcional, uma vez que fazer leis é a
função principal do Legislativo.
A função do Senado
O poder Legislativo, por
sua vez, é constituído pelo Congresso nacional, que se divide em duas casas, ou
repartições, por assim dizer: o Senado e a Câmara dos Deputados. Os senadores
representam os interesses dos Estados pelos quais foram eleitos. Entre suas
principais atribuições estão debater e aprovar os projetos que passaram pelos
deputados federais.
Também lhes cabe
fiscalizar as ações do presidente da República, aprovar a nomeação dos ministros
do Supremo Tribunal Federal, bem como os acordos internacionais que vão vigorar
no território nacional. Ainda é de sua responsabilidade autorizar empréstimos
externos tomados por governos estaduais e municipais.
Finalmente, se a Câmara
dos Deputados aprovar um processo de impeachment contra o presidente da
República, por crime de responsabilidade, são os senadores que vão julgá-lo,
como aconteceu no caso de Fernando Collor de Mello, em 1992 (só para lembrar,
Collor renunciou no último momento para evitar o impeachment.)
O papel da Câmara
Quanto aos deputados
federais, são eles que fazem, debatem e aprovam as leis nacionais, bem como
aprovam emendas à Constituição federal. Eles também aprovam o orçamento anual
da União proposto pelo poder Executivo (Ministério do Planejamento).
A Câmara fiscaliza as
contas e os atos do presidente, do vice e dos ministros, podendo convocá-los a
se explicar e abrir Comissões Parlamentares de Inquérito, as CPIs, que se
tornam cada vez mais comuns no dia-a-dia da vida política nacional.
O Brasil é uma República
Federativa. Isso significa que o país é a reunião de vários Estados num só. No
entanto, cada um deles conta com uma autonomia interna, um governo próprio e
suas próprias Constituições. Nesse sentido, pode-se estabelecer um paralelo
entre as funções do presidente da República e do governador de Estado, assim
como as dos deputados federais e estaduais.
Os governos estaduais
De qualquer modo, para dar
uma ideia mais definida do papel dos poderes Executivo e Legislativo nos
Estados, pode-se dizer que o governador, com seu secretariado, gerencia a
administração estadual, colocando em prática planos para estimular as vocações
econômicas das regiões estaduais. Para isso, ele defende os interesses do
Estado junto à Presidência e busca investimentos e obras federais.
Nos dias que correm, dado
ao aumento da criminalidade e ao avanço do crime organizado, é importante
lembrar que o governador é o responsável pela segurança pública, controlando as
Polícias Civil e Militar, bem como construindo e administrando presídios.
Já aos deputados estaduais
cabe fiscalizar as ações do governador e secretários de Estado, podendo
convocá-los a prestar contas e a abrir CPIs. Eles também fazem, debatem e
aprovam as leis de interesse estadual, assim como criam os impostos e taxas estaduais.
Finalmente, junto com o governador, eles elaboram o orçamento do Estado.
Fonte:
Antonio Carlos Olivieri – educaçao.uol.com.br


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