PREFEITURAS DESCUMPREM LEI DA TRANSPARÊNCIA POR FALTA DE INTERNET, NO AMAZONAS
Membros da CPI da Telefonia constataram ineficiência
do serviço em municípios de Itacoatiara, Maués e em Parintins
A ausência de Internet no
município de Itacoatiara impede a prefeitura de cumprir a Lei da Transparência,
uma vez que não há como manter um site atualizado com informações detalhadas da
administração municipal. A mesma realidade, que se observa em várias cidades do
interior, foi constatada pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Telefonia da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Segundo o presidente da
CPI, deputado estadual Marcos Rotta (PMDB), em Itacoatiara, o comércio também
não se adapta aos serviços de emissão de notas fiscais eletrônicas e os
serviços bancários são prejudicados em virtude da precariedade dos serviços de
Internet. Além dos problemas relacionados à telefonia móvel, o município ainda
conta com telefones públicos que não funcionam.
Mesmo com 14 torres de
telefonia fixa instaladas em Itacoatiara para atender a 90 mil habitantes, o
número é insuficiente, pois uma antena comporta no máximo mil usuários. O
presidente da Câmara Municipal do município, vereador Raimundo Silva (PSD), confirma
o quadro de insatisfação. “As ligações sempre caem, nós não conseguimos ouvir
as pessoas. Esperamos que com a CPI, as operadoras de telefonia e internet
criem juízo e não se preocupem somente com os lucros. Itacoatiara é tão próxima
a Manaus mas ainda vive no isolamento em termos de comunicação. A internet aqui
custa R$ 150 por mês”, lamenta.
Isolamento
Pelo menos 600 comunidades
rurais dos municípios de Itacoatiara, Maués e Parintins vivem em estado de
isolamento por conta da falta de serviços de telefonia (móvel e fixa) e
internet. A precariedade dos serviços nestas localidades foi relatada aos
membros da CPI durante audiências públicas realizadas na quinta-feira (10) e na
sexta-feira (11).
Segundo o presidente da
CPI, deputado estadual Marcos Rotta (PMDB), a situação nessas comunidades é tão
precária que afeta, diretamente, o dia a dia dos moradores. “A população dessas
localidades está abandonada pelos serviços de telefonia até em casos de
emergência. Em Itacoatiara, ouvimos relatos de pessoas que morreram por falta
de socorro”, afirmou Rotta.
Maués
Em Maués, o problema maior
girou em torno da telefonia fixa. Por lei, a telefonia fixa devia estar em
todas as localidades com mais de 100 habitantes, mas a realidade do Amazonas
está longe disso. Segundo o professor Eleandro Araújo, é difícil trabalhar em
Maués sem serviço de internet, que custa em média R$ 120, por mês. “Muitas
vezes tentamos enviar relatórios a Manaus e nunca conseguimos. É mais fácil
enviar documentos por meio de embarcações do que pela internet, que aqui em
Maués, não funciona”, relatou.
Parintins
Na Audiência Pública
realizada em Parintins, nesta sextafeira (11), os vereadores relataram que para
conseguir utilizar a internet na Câmara Municipal da cidade foi preciso comprar
um modem. Segundo informou o presidente da Câmara, vereador Rildo Maia (PSD), o
serviço, mesmo lento, custa aos cofres públicos R$ 800 por mês. E o vereador
Ray Cardoso (PMDB) afirmou que tem esperança de que a CPI da Telefonia da
Assembleia “possa trazer a comunicação para o município de Parintins”,
comentou.
O deputado Marcos Rotta
afirmou que a Assembleia já tomou providências a fim de solucionar o problema
da telefonia e internet. “A Assembleia chamou as empresas para que respondam
por suas responsabilidades. Foi aplicada multa de R$ 500 mil. Há ações na
Justiça contra todas as operadoras de telefonia e internet. Pedimos ao
Ministério Público Federal do Amazonas e à Anatel que solicitassem a
comercialização de novas linhas e produtos, porque as empresas vendem muito
mais serviços do que podem oferecer. A CPI deve ser o mais eficaz antídoto para
que as empresas de telefonia e internet possam prestar serviços à altura do que
se espera e que se paga”, disse.
Fonte/Foto:
Portal Amazônia/Shutterstock
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