EM MANAUS, COM FOGUEIRAS BLOQUEANDO VIAS, MORADORES PROTESTAM CONTRA FALTA DE ENERGIA E VALOR DA CONTA D'ÁGUA
Duas manifestações
marcaram a noite desta segunda-feira (21), em Zonas distintas da capital: no
Cidade de Deus, a população está sem energia elétrica desde a madrugada de
sábado, enquanto no Centro, moradores do Prosamim reclamam do valor abusivo
cobrado pelo abastecimento de água.
Cerca de 200 pessoas, a
maior parte jovens, fecharam os dois sentidos da avenida Camapoã, uma das
principais vias da comunidade Gustavo Nascimento, bairro Cidade de Deus, na
Zona Leste de Manaus, na noite desta segunda-feira (21).
Com pneus e pedaços de
madeiras alimentando a fogueira que bloqueava a rua, os moradores clamam por
energia elétrica, que falta na área desde a madrugada do último sábado (19). A
manifestação teve início por volta das 20h desta segunda, no trecho logo depois
do Terminal 4, localizado no bairro Jorge Teixeira.
Os manifestantes alegam
que estão sem o serviço desde 4h de sábado (19) e, quando entraram em contato
com a Eletrobrás Amazonas Energia, a empresa havia prometido normalizar o
serviço no máximo até às 18h de domingo (20). Parte do bairro só voltou a ter
energia depois das 20h de domingo, e apenas uma minoria.
“Como as pessoas vão andar
na rua, ainda mais com essa criminalidade?”, indaga a comerciante Francimara
França, 22, moradora da rua Francely Nascimento. “Eu mesma já liguei cinco
vezes, e outros moradores também, mas ainda não tivemos respostas”, acrescenta Francimara,
mãe de um bebê de apenas 6 meses, que sofre com o calor.
Por volta das 22h30, os
manifestantes continuavam alimentando o fogo e a avenida seguia bloqueada.
Policiais militares da 13ª e 27ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom)
acompanhavam o ato sem interferir, apenas para “evitar confrontos e garantir a
segurança” dos envolvidos, juntamente com o Corpo de Bombeiros.
Procurada pela reportagem,
a assessoria de imprensa da Eletrobrás Amazonas Energia disse que vai apurar os
procedimentos feitos até o momento para reestabelecer o fornecimento de energia
naquele local. A assessoria ainda informou que naquela área é comum casos de
sobrecarga de energia ocasionadas por ligações elétricas clandestinas.
Protesto no Centro
Moradores do Programa
Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) também realizaram uma
manifestação na noite desta segunda-feira (21), ao fecharem uma parte da rua
Ramos Ferreira, no Centro da cidade.
Eles reclamam dos preços
considerados abusivos das faturas referentes ao abastecimento de água da área e
também contra a decisão do Governo do Estado de remover qualquer grade ou
objeto que não faça parte do projeto original do imóvel.
Segundo moradores, a conta
de água chega a vir cobrando mais de R$ 1 mil por mês, valor que eles
consideram “altíssimos” e incoerentes com a realidade do local.
Outro motivo de revolta na
vizinhança é que a Superintendência de Habitação (Suhab) ordenou que os
moradores retirassem as grades e desfizessem pequenas obras em seus
apartamentos, alegando que o projeto inicial das casas não pode sofrer
alteração, “pelo simples fato de estética”, como eles disseram, sem citar as
regras que concordaram cumprir ao serem beneficiados com a habitação. A
população alega que realizou essas alterações por questões de segurança.
Segundo os moradores, a
semana vai ser marcada por manifestações como essa enquanto as autoridades não
solucionarem os problemas, principalmente referente à água.
Fonte/Foto:
ACRITICA.COM/Evandro Seixas
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