AMAZÔNIA É TEMA DE DOCUMENTÁRIO QUE ESTREARÁ NA 37ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO
O documentário “Amazônia
desconhecida” nasceu com a difícil missão de apresentar ao público um retrato
fiel da região que ocupa quase a metade do território nacional
Um documentário sobre um
dos biomas mais ricos do mundo promete levar visões conflitantes para a 37ª
edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece de 18 a 31
de outubro.
Dirigido por Daniel
Augusto e Eduardo Rajabally, com roteiro de Luiz Bolognesi (“Uma história de
amor e fúria”), “Amazônia desconhecida” (Gullane/Grifa Filmes) nasceu com a
difícil missão de apresentar ao público um retrato fiel da região que ocupa
quase a metade do território nacional.
Tudo começou há quatro
anos, com a proposta de um filme que abrisse um debate sobre a Amazônia
brasileira. Segundo Daniel Augusto, a ideia não estava muito bem definida no
início, tarefa que coube aos diretores ao longo do processo. “Então, decidimos
que seria interessante abordar a ocupação humana nessa região, que somente na
parte brasileira chega a 25 milhões de pessoas”, explica.
Manaus e Belém, além de
comunidades e cidades ribeirinhas foram alguns dos cenários escolhidos para
mostrar a realidade da ocupação da Amazônia, especialmente os conflitos que
surgiram a partir daí, como as disputas entre garimpeiros e Ianomâmis e entre
fazendeiros e membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. “Muitas vezes,
essa ocupação se deu através da ilegalidade, o que traz uma série de
consequências já conhecidas”, completa Augusto.
VERDADES
As filmagens começaram em
Manaus, em 2010, durante o Fórum Mundial de Sustentabilidade, que contou com a
presença de personalidades como o ecologista Al Gore e o cineasta David
Cameron, entrevistado com exclusividade pelos diretores. No entanto, eles
preferiram dar destaque aos depoimentos de brasileiros que dedicaram a vida a
estudar a Amazônia, como o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro.
Segundo Daniel Augusto,
“Amazônia desconhecida” tenta conectar as realidades da floresta e da cidade.
“O mundo inteiro, conforme vai se urbanizando, precisa de mais energia e espaço
para se manter, e a Amazônia também joga nesse tabuleiro”. Para ele, dentre os
desafios enfrentados durante a produção estava a dificuldade em observar de
forma justa todos os conflitos. “Tentamos apresentar da forma mais correta as
forças que estão lutando ali”.
Já para Eduardo Rajabally,
a proposta de falar sobre “verdades incovenientes sobre a Amazônia” também
exigiu aprendizado por parte dos diretores. “Ainda hoje podemos nos considerar
ignorantes sobre o assunto, até porque seria difícil fazermos um filme
definitivo sobre a região, mas fomos amadurecendo junto com ele”, conclui.
Fonte/Foto: Rosiel
Mendonça - A CRITICA/Divulgação
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