PROJETO DE MINERAÇÃO AO LADO DE BELO MONTE ESTÁ PRESTES A RECEBER LICENÇA AMBIENTAL
Apesar de ausência de
manifestação conclusiva da Fundação Nacional do Índio (Funai), o projeto da
Belo Sun, maior planta de mineração de ouro a céu aberto do país, já possui
"minuta de Licença Prévia".
Segundo informações do
site de acompanhamento de processos de licenciamento ambiental da Secretaria de
Meio Ambiente do Pará (Sema-PA), no dia 10/7, foi encaminhada minuta da licença
prévia e o parecer técnico de análise da viabilidade socioambiental à
consultoria jurídica do órgão do Projeto Volta Grande, no Rio Xingu (saiba mais
no box abaixo).
O parecer técnico deve
analisar os documentos juntados ao processo pela empresa de mineração canadense
Belo Sun, após exigências da Funai e do Ministério Público Federal (MPF),
acatadas pela Sema (veja documento aqui), de complementação e correção do
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), apresentado em 2012 pela empresa. Tais
complementações envolvem a realização de estudos antropológicos para
diagnóstico dos impactos aos povos indígenas, a análise dos impactos sinérgicos
com a hidrelétrica Belo Monte, cuja barragem está a 10 km do projeto, e outros
problemas e omissões técnicas (clique no mapa abaixo para ampliar).
Várias dessas questões
foram analisadas em manifestação apresentada pelo ISA em janeiro de 2013 (ver
aqui), como decorrência da audiência pública realizada na Vila da Ressaca,
comunidade com 800 habitantes que terá de ser realocada caso o projeto seja
licenciado. O documento sustenta que, mesmo com a realização de estudos
complementares, o projeto, hoje, é socioambientalmente inviável, já que o
ambiente de implantação e operação do empreendimento será alterado de maneira
imprevisível, segundo o próprio Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama),
após o início da operação da usina, o que impede uma previsão adequada dos
impactos e das medidas de mitigação necessárias para diminui-los.
"A complementação dos
estudos ambientais em pontos tão sensíveis deve obrigar a realização de nova
audiência pública, para apresentar às comunidades afetadas os impactos que
realmente irão sofrer”, afirma Leonardo Amorim, advogado do ISA. “A questão
indígena é especialmente importante, pois os impactos sobre os índios foram
completamente ignorados no EIA original, o que torna incompletos os dados sobre
os impactos negativos apresentados nas audiências anteriores."
O ISA tentou ter acesso ao
licenciamento em solicitação formal apresentada à Sema, em maio, mas não teve
acesso ao processo, sob a alegação de que a diretoria responsável não teve
tempo de analisar o pedido.
Fonte/Arte:
socioambiental.org
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