ENCANTOS DO RIO AMAZONAS
(...) No portal da
enseada, logo na primeira foz, milhares de orifícios ornamentam a pedreira das
Amazonas, abarrotada de muiraquitãs de todas as cores que, agraciadas com o
líquido precioso da vida, seguem por centenas de veias límpidas, enchendo
microbacias para atenuar a sede de tantas espécies; sem contar com outro
sem-número de quelônios visitando a praia de viração da extrema para a desova e
incubação, de junho a outubro; más é nos meses de junho e agosto que a
população ribeirinha faz a festa, recolhendo tão apetitosa iguaria.
A ventania da foz do
Amazonas beija quilométricas ribanceiras e vai esculpindo-as com belíssimos
funis disformes no entorno dos beiços dos barrancos; é quando surgem gaivotas e
andorinhas para darem início à decoração do novo lar construído nos ombros dos
pequenos despenhadeiros. Em poucos dias, dezenas de encostas do saudoso rio
ficam pontilhadas de suítes aconchegantes para recepcionar uma nova leva de
voadores multicoloridos que distribuirão alegrias e esperanças ao canoeiro que
labuta e saúda o pescador, identificando os primeiros cardumes no espelho
d’água.
Pequenos pés viçosos de
capim-colônia se sobressaem em verde-musgo e, com a ponta suave, desenham a
trilha estreita ao caminhante solitário que, na luta pela sobrevivência, busca
incansavelmente alternativas de manejo para o sustento dos seus, sem agredir a
floresta – manancial das fontes de eternas vidas tanto em alimentos saudáveis
quanto em víveres benfazejos para atender a cada minúscula partícula de seu
corpo.
Trecho livro “Amazonas,
Esplendor da Natureza” – págs. 34 e 35.
Autor: Lison Costa
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