PARÁ LANÇA SONS PARA O MUNDO


O músico e pesquisador Manoel Cordeiro lança o seu CD "Sonora Amazônia" e diz que estamos fazendo a world music do século XXI
"A música da Amazônia pode ser proposta como a world music do século XXI porque ela contempla a técnica da música clássica, o swing do negro e é interpretada pelo índio. Isso vem de anos onde a música evolui e é muito importante ter orgulho disso. A nossa música é muito rica", alega Manoel Cordeiro. Neste excelente momento em que se encontra a música paraense no Brasil, o produtor, compositor, músico e pesquisador Manoel Cordeiro lança o seu CD instrumental "Sonora Amazônia", com a mistura de ritmos que só ele poderia criar.
No mercado há mais de 40 anos, o artista produziu e lançou diversas bandas e discos nas décadas de 80 e 90, como a Warilou e os cantores Beto Barbosa e Alcyr Guimarães. Hoje, ainda atuando como produtor e pesquisador, Manoel Cordeiro lança o CD que é a cara do Pará. A produção, claro, fica por conta de seu filho, o músico Felipe Cordeiro.
"Sonora Amazônia", segundo Manoel, é literal em todos os sentidos, pois "sonora" significa banda e aparelho que reproduz discos e "Amazônia" representa as pesquisas sobre música nos diversos Estados que o artista tanto admira e preza. "Não consigo distinguir os Estados e vejo a Amazônia como um todo. Por estar distante das grandes fronteiras, aqui houve uma miscigenação mais forte, que gerou uma maneira de ser diferenciada. Não é melhor nem pior, apenas diferente", diz. Para ele, culturas distintas que interagem no mesmo território adquirem uma nova cultura misturada e o povo amazônico precisa explorar isso para música.
O novo status que a música feita no Pará alcançou é resultado de muito tempo de trabalho e esforço segundo o músico, que faz questão de frisar que o estilo paraense não ‘’está na moda", mas sim evoluiu. "Digo que isso não é moda, mas sim uma conquista de anos. Começou lá atrás, com as bandas Sayonara, Orlando Pereira, Pinduca, Nilson Chaves, Lucinnha Bastos, Fruta Quente, passou pelo Calypso, bateu na Gaby e agora Felipe, Lia Sophia, Luê, Gang do Eletro... Então estamos vivendo uma conquista da música, uma evolução", fala.
A diferença dos dias de hoje para antigamente, de acordo com ele, é que os músicos eram mais individualistas enquanto a "molecada" agora tem o dom do diálogo que faz as conexões crescerem. "Você vai no show de um artista e outro está lá fazendo participação, um terceiro está na produção do disco enquanto outro da palpite da criação e isso é fantástico para todos. A música paraense vai se afirmar, aliás já está, como a música brasileira feita no Pará", explica Manoel Cordeiro, deixando a questão: Por que o samba é nacional e o carimbó não é?
Fonte/Foto: O Liberal/Divulgação

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