POLÍCIA CIVIL DO PARÁ DESARTICULA BANDO DE GOLPISTAS QUE AGIA EM TODO BRASIL
O grupo (foto) que aplicava golpes em todo o País foi preso
graças às investigações da equipe da Delegacia de Repressão a Crimes
Tecnológicos da Polícia Civil do Pará
Investigações coordenadas
pela equipe da Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos (DRCT), da Polícia
Civil do Pará, resultaram na prisão de uma quadrilha responsável por aplicar
golpes em vítimas em todo Brasil. No total, sete pessoas - três homens e quatro
mulheres - foram presas com mandados de prisão preventiva e foram cumpridos
quatro mandados de busca e apreensão domiciliar, nesta quarta-feira, 31, na
cidade de Praia Grande, litoral sul do Estado de São Paulo.
A operação “Montepio” foi
coordenada pela delegada Beatriz Silveira, titular da DRCT, e contou com apoio
da Polícia Civil paulista por meio de policiais civis do Garra (Grupo Armado de
Repressão a Roubos e Assaltos), do Deic (Departamento Estadual de Investigações
Criminais) e do Dipol (Departamento de Inteligência). A operação resultou nas
apreensões de materiais utilizados para enganar as vítimas.
Os criminosos enviavam
cartas às casas das pessoas com documentos fraudados para parecer correspondência
oficial de órgãos públicos. Nas cartas, as pessoas eram informadas de que
tinham quantias a receber na Justiça referentes a indenizações. Os envelopes
ostentavam timbres de autarquias ou grandes escritórios de advocacia. A vítima
acreditava na veracidade da indenização e acabava aceitando pagar taxas a
título de custas do processo para liberação do dinheiro.
Os golpistas chegam a usar
nomes de desembargadores para aplicar o golpe. A delegada Beatriz Silveira
informa que o bando fez diversas vítimas em todo Brasil. Ainda não é possível
mensurar o montante do golpe. O grupo era especializado em aplicar o chamado
"Golpe do Montepio". As investigações duraram cerca de quatro meses,
logo depois que pessoas ligadas ao Poder Judiciário do Pará receberam cartas
com documentos timbrados informando das falsas indenizações.
Uma das vítimas de Belém
chegou a depositar cerca de R$ 30 mil na conta bancária de “laranjas” utilizada
pelos criminosos. Durante as investigações, a Polícia Civil do Pará verificou
que a prática criminosa era cometida a partir de um imóvel usado como
escritório de advocacia, sediado em Praia Grande (SP). Do local, partiam as
ligações dos golpistas que se passavam por advogados.
Ao receber as cartas
enviadas, as vítimas eram orientadas no documento a entrar em contato com dois
números telefônicos, com DDD do Estado de São Paulo. Nos telefonemas, as pessoas
conversavam com os golpistas que se passavam por advogados, de nomes falsos Ana
Paula e Renato, responsáveis em acompanhar o processo para liberação das
indenizações. Os falsos advogados informavam às vítimas que haviam lhes enviado
correspondência com ofício informando que a pessoa teria direito a receber um
pecúlio em espécie a título de seguro.
A quantia deveria ser
depositada em uma conta corrente de um banco particular. As quantias
extorquidas de vítimas em todo Brasil chegam a variar de R$ 75 mil a R$ 280
mil. As vítimas depositavam o valor solicitado pelos golpistas, que
desapareciam e não eram mais encontrados. A Delegacia de Repressão a Crimes
Tecnológicos do Pará passou a investigar as atividades da quadrilha e, a partir
das provas, obteve na Justiça do Pará as decretações das prisões do envolvidos
no crime.
Entre os presos estão
Hélio Aparecido Teixeira de Campos, que se passa pelo suposto advogado Renato;
Bruna Fernanda Xavier, que se identifica como Patrícia; Rosana Alves Pereira,
que se identifica como Ana Laura; uma mulher de prenome Luciana, que se
identifica como doutora Maria Helena, e um homem conhecido como Júnior,
responsável pela obtenção das contas bancárias.
Ao todo, 14 policiais do
Garra e quatro investigadores do Dipol deram apoio à equipe da DRCT. Durante o
cumprimento das ordens judiciais, diversos cadastros com nomes de possíveis
vítimas, computadores, CPUs e telefones celulares foram apreendidos. Os presos
e o material apreendido foram levados para a Deic, na capital paulista, para
conferência. Na tarde desta quarta-feira, 31, será realizada uma entrevista
coletiva a jornalistas, em São Paulo, para apresentar os resultados da
operação. A Polícia Civil do Pará informa que irá avisar a imprensa de Belém da
transferência dos presos para a capital paraense, cuja data ainda não está
definida.
Fonte/Foto: Walrimar Santos p/Ag. Pará de Notícias/Ag. Pará de Noticias
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