AMAZÔNIA: GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA
Gigante pela própria natureza. O trecho do Hino Nacional refere-se
ao Brasil como um todo, mas é na Amazônia que encontra a mais perfeita
tradução. Tudo lá é grandioso e monumental. A começar pelo próprio território,
de quase 8 milhões de quilômetros quadrados, metade deles pertencente ao Brasil
- o restante se estende por nove países da América do Sul: Bolívia, Brasil,
Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
Além de terra, a região tem água em abundância. Enquanto a ONU
(Organização das Nações Unidas) aponta um cenário desolador para as gerações
futuras, com mais de 1 bilhão de pessoas - cerca de 18% da população do
planeta - sem acesso a uma quantidade mínima de água para consumo, o Rio
Amazonas esbanja recursos hídricos ao longo de seus 6.437 quilômetros de
extensão, desde as nascentes nos Andes peruanos até a foz, no Oceano Atlântico,
integrando a maior bacia hidrográfica do planeta, responsável por um quinto do
fornecimento de água doce da Terra.
Seus 23 mil quilômetros de rios navegáveis fazem das embarcações o
principal meio de transporte da região. E é por esses caminhos que o turista
vai desvendando, pouco a pouco, os encantos da selva, e descobre por que a
Floresta Amazônica coleciona ainda o título de primeira em biodiversidade, com
um terço de todas as espécies de seres vivos do mundo.
Os passeios por rios e igarapés são a melhor - senão única -
forma de chegar aos refúgios das espécies mais raras de fauna e flora. E há
opções para todos os bolsos: desde embarcações simples, onde dezenas de
passageiros dormem em redes; até luxuosos navios que cobram cerca de US$ 100
por pessoa, em cabines com banheiro, ar-condicionado e pensão completa.
As finalidades do passeio são igualmente diversas. Há expedições
para pesca, focagem de jacarés, observação de aves e, claro, para conferir um
dos pontos altos de qualquer visita à Amazônia: o encontro das águas escuras do
Rio Negro (que desce a uma velocidade de 2 km/h e temperatura média de 28ºC)
com as águas barrentas, velozes (7 km/h) e frias (22ºC) do Solimões.
Devido às diferenças de temperatura e densidade, os dois rios não
se misturam imediatamente, proporcionando um espetáculo único ao longo de quase
seis quilômetros. E é dessa união que o Rio Amazonas renasce ainda mais grandioso
para cumprir seu destino rumo ao Atlântico. Dezenas de barcos partem
diariamente do Porto de Manaus para servir de camarote ao embate das duas
faixas de água, muitas vezes acompanhado de perto por botos. Mas o tráfego
intenso de embarcações não permite que o turista passe mais que do alguns
minutos a contemplar o visual.
Todos os passeios pela floresta devem ser orientados por guias com
curso de sobrevivência na selva, ministrado pelo Exército. Entre os itens na
mochila, água potável e repelente contra carapanãs (pernilongos) são
indispensáveis. Assim como sacos plásticos para guardar o lixo de tudo o que
consumir pelo caminho. Afinal, os números da destruição também são gigantescos:
a floresta já perdeu 20% do seu tamanho original e o desmatamento prossegue a
passos largos, a despeito das iniciativas de proteção ambiental empreendidas
por órgãos públicos e privados.
Fonte/Foto:
Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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