MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PEDE SUSPENSÃO DA USINA TELES PIRES


O Ministério Público Federal de Mato Grosso e o do Pará pediram à Justiça nesta terça-feira a suspensão das obras da usina hidrelétrica do Teles Pires, na divisa entre os dois Estados.
Segundo os procuradores, o Ibama concedeu a licença prévia e a licença de instalação da usina sem a consulta "livre, prévia e informada" a índios das etnias kayabi, munduriku e apiaká, que, segundo a ação, serão afetados pela obra.
A usina, de 1.820 megawatts de potência instalada, está sento feita desde agosto do ano passado, quando o Ibama expediu sua licença de instalação. É a maior do país em construção depois de Belo Monte, no rio Xingu, e das usinas do rio Madeira.
O MP já havia entrado com três ações anteriormente para sustar o processo de licenciamento, alegando estudos ambientais incompletos e falha nas audiências públicas.
Apesar de não alagar nenhuma terra indígena, a hidrelétrica afogará um complexo de corredeiras conhecido como Sete Quedas, considerado sagrado pelos índios.
Em um manifesto contra o complexo de usinas do Teles Pires, as três etnias escreveram:
"As cachoeiras de Sete Quedas, que ficariam inundadas pela barragem, são o lugar de desova de peixes que são muito importantes para nós, como o pintado, pacu, pirarara e matrinxã. A construção desta hidrelétrica, afogando as cachoeiras de Sete Quedas, poluindo as águas e secando o Teles Pires rio abaixo, acabaria com os peixes que são a base da nossa alimentação. Além disso, Sete Quedas é um lugar sagrado para nós, onde vive a Mãe dos Peixes e outros espíritos de nossos antepassados --um lugar onde não se deve mexer".

Fonte/Foto: Folha de S. Paulo/jm1.com.br

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