EMPRESA COREANA DE COSMÉTICOS INCLUI O BOTO VERMELHO DA AMAZÔNIA EM SUA CAMPANHA


Grupo do Inpa informou nesta quarta-feira que a empresa também fez uma doação em dinheiro para pesquisas e campanhas
O boto vermelho da Amazônia é uma das quatro espécies contempladas na campanha que a empresa de cosméticos da Coréia do Sul chamada Etude House lançou recentemente.
Intitulada "Missing U" (“Saudades de você”), a campanha tem o objetivo de proteger espécies ameaçadas de extinção. As outras espécies ameaçadas de extinção incluídas na campanha são a foca da Groelândia, o pingüim-azul e o urso panda.
A informação foi divulgada pela quarta-feira (18) por pesquisadores do Projeto Boto, que recebe apoio da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), ambos ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A Ampa informou ainda que nesta terça-feira (17) recebeu da Etude House, por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Coréia (United Nations Environment Programme – Unep), uma doação em dinheiro que será destinado à pesquisa e às campanhas de educação ambiental com o intuito de minimizar a caça predatória dos golfinhos da Amazônia. O valor não foi divulgado.
Repercussão
Segundo a assessoria de imprensa da Ampa, a  Etude House produziu um novo creme para as mãos, cujo recipiente especial representa um personagem de cada espécie.
A embalagem do cosmético apresenta informações a respeito das ameaças que estes animais sofrem no mundo, e parte dos lucros, provenientes da venda dos produtos, é doado para atividades de pesquisa e conservação destas espécies.
"Nosso trabalho tem atraído a atenção da sociedade nacional e internacional. Incentivos como este, de uma empresa coreana, são a prova disto. Os consumidores estão ficando cada vez mais exigentes e optando por marcas que tenham algum valor ambiental agregado”, disse Jone César Silva, diretor-executivo da Ampa.
Conforme Silva, esta é a terceira empresa coreana que apóia o projeto financeiramente, por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Captura
O boto-vermelho (Inia geoffrensis) é endêmico dos rios da Amazônia e está colocado na categoria “quase ameaçada” da UICN - União Internacional para Conservação da Natureza.
A principal ameaça sobre esses golfinhos é a captura para uso como isca na pesca da piracatinga (Callophysus macropterus), peixe necrófago também conhecido como urubu d'água.
Por conta dessa prática, iniciada há quase 15 anos, estima-se que a população de boto-vermelho vem diminuindo 10% ao ano, em algumas regiões da Amazônia.
Projetos
O Projeto Boto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia iniciou em 1993 com esforços dos pesquisadores Vera da Silva (Inpa) e Anthony Martin, do Conselho de Pesquisas do Ambiente Natural do Reino Unido (NERC).
Desde a primeira expedição de reconhecimento, em janeiro de 1992, o projeto vem crescendo a cada ano e, atualmente, possui uma base de pesquisa, voadeiras e a presença contínua no campo de pelo menos três pessoas.
Nesses 17 anos, o Projeto já marcou e monitorou mais de 500 botos que usam o sistema de rios da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (próxima a cidade de Tefé, distante da capital amazonense 663 km) para viver, alimentar-se e reproduzir.

Fonte/Foto: acrítica – Manaus/  divulgação inpa

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