POLÍTICA | LULA PRESSIONA IBAMA POR PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS

 


Na véspera de uma visita ao Amapá, o presidente Lula criticou duramente o Ibama pela demora na liberação de pesquisas para exploração de petróleo na Margem Equatorial, que inclui a Foz do Amazonas. “Não é que vou mandar explorar, eu quero que seja explorado. O que não dá é ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo e está parecendo que é contra o governo”, afirmou em entrevista à rádio Diário FM, de Macapá. O aumento da pressão sobre o Ibama tem como pano de fundo as eleições presidenciais de 2026. Além dos ganhos econômicos que a exploração petrolífera da região pode gerar, a medida fortalece os laços políticos de Lula com Davi Alcolumbre (União-AP), que reassumiu a presidência do Senado. A Margem Equatorial vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. Lula quer resolver o impasse antes da Conferência do Clima (COP-30), marcada para novembro, em Belém. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, minimizou a crítica. “O presidente nunca me pressionou para isso, mas de tempos em tempos surgem empreendimentos que são emblemáticos e a sociedade toda cobra uma resposta”, disse. Já a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente disse ser “inadmissível” qualquer tipo de pressão sobre o trabalho técnico do órgão. (Globo)

A bronca de Lula foi interpretada como um sinal de que haverá mudanças na cúpula do órgão ambiental. Muito próximo da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Agostinho é filiado ao PSB, de Geraldo Alckmin. O nome mais citado para uma possível substituição é o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT). Biólogo, ele foi superintendente do Ibama em Aracaju (2003-2006) e secretário do Meio Ambiente de Sergipe (2007-2010). A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi convidada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, que cuida da relação do governo com os movimentos sociais. (Estadão)
Embora o fantasma do licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte assombre o governo, por ter sido uma das causas do pedido de demissão de Marina Silva em 2008 – quando chefiava a mesma pasta no segundo mandato de Lula –, o Planalto aposta que Marina continuará no cargo. (CNN Brasil)
Josias de Souza: “Todo mundo sabia que Lula queria isso. A Marina Silva foi avisada e divulgou uma nota na semana passada, dizendo que não cabia a ela ou ao Ibama a decisão final sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas. Ela lavou as mãos e disse que, do ponto de vista político, cabe de fato ao Lula decidir”. (UOL)
E o presidente sinalizou a aliados que pretende destravar as conversas sobre a reforma ministerial, incluindo Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nas negociações. Segundo fontes, os dois já foram informados que serão chamados para reuniões com o presidente. As trocas devem começar por petistas ou nomes da cota pessoal de Lula. Nísia Trindade, da Saúde, e Wellington Dias (PT-PI), do Desenvolvimento Social, estão entre as possíveis substituições. (Folha)

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