POLÍTICA | ALCOLUMBRE E MOTTA CONFIRMAM VITÓRIA E ABREM ANO LEGISLATIVO



Sem nenhuma surpresa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) foram eleitos presidentes do Senado e da Câmara com vitórias esmagadoras no sábado. Eles vão liderar, com o novo comando definido para os próximos dois anos, a abertura do ano legislativo na tarde de hoje. Alcolumbre recebeu 73 votos dos 81 possíveis, placar que faz dele o terceiro senador com maior número de votos desde a redemocratização. É a segunda vez que ele ocupará o cargo, tendo sido presidente de 2019 a 2021. Já Motta teve apoio de 444 parlamentares e se tornou, aos 35 anos, o mais jovem presidente da Câmara desde 1985, recebendo a segunda maior votação da história, atrás apenas de seu padrinho Arthur Lira (PP-AL). (g1 e CNN Brasil)

Ao discursar após a vitória, Alcolumbre usou termos como “pacificação”, “consenso” e “Casa de iguais”. Ao mesmo tempo, defendeu um posicionamento “corajoso” do Senado frente aos outros poderes e à sociedade. “Eu quero ser um catalisador do desejo deste plenário e ajudar a construir consensos que forem necessários para melhorar a vida da população brasileira”, disse. (g1)
Motta foi enfático na defesa do protagonismo do Congresso Nacional em seu discurso. Em um tom de defesa da democracia, mandou recados aos demais poderes e à extrema direita, dizendo que será “um guardião da independência e uma sentinela permanente pela harmonia”. Fez ainda um apelo por responsabilidade fiscal e se posicionou contra a ditadura. (Jota)
Ao mesmo tempo, o afilhado de Lira afirmou que “com certeza” a anistia pelos atos golpistas de 8 de janeiro será levada para discussão nos próximos dias com os líderes da Câmara e que o tema será tratado com “imparcialidade”. Também disse que a chamada pauta de costume não é prioridade, afirmou que esses temas dividem o país e que os esforços deveriam estar concentrados em outras agendas, que tragam maior benefício para a população brasileira. (Folha)
Nas duas Casas, os novos presidentes conseguiram apoio de praticamente todos os partidos. Apenas PSOL e Novo não embarcaram nas candidaturas. A principal moeda de negociação foi a composição das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara. No Senado, os cargos mais importantes ficarão com PT, PL e PSD. Já na Câmara, houve mudança nos cargos, mas os partidos continuam os mesmos. (Poder360)
As comemorações das vitórias tiveram perfis bem diferentes. Enquanto Alcolumbre celebrou com uma recepção discreta na residência oficial, Motta fez festa para 1,5 mil pessoas em Brasília, com uma miríade de políticos, empresários e lobistas. (Folha)
Bruno Góes: “Os recados de Motta são mais sofisticados. Dispensam a faca no pescoço. A argumentação do novo presidente da Câmara em defesa do Legislativo carrega ainda mais sutilezas do que as perorações de [Rodrigo] Maia, cuja gestão foi fundamental para o avanço do poder sobre o Orçamento”. (Globo)
Carlos Pereira: “Lula foi ‘obrigado’ a engolir as candidaturas de Motta e de Alcolumbre e a sua participação no processo foi meramente confirmatória da preferência dominante do Legislativo, incorporada pelos partidos do Centrão”. (Estadão)

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