Bom dia! O BC Chinês não baixou seus juros na noite de ontem, ao contrário do que esperavam os mais otimistas. A taxa para empréstimos de 5 anos ao setor não-financeiro, que serve de referência para o mercado imobiliário por lá, manteve-se em 4,20% a.a. As bolsas chinesas fizeram cara feia, e o índice CSI 300 fechou no vermelho, em -0,71%. A decisão, porém, não afetou a cotação que mais importa por aqui, a do minério de ferro. A commodity amanheceu em alta de 1,71% na bolsa de Dalian. Bom para Vale e cia. Tesla e Netflix Lá fora, Tesla e Netflix estendem suas perdas no pré-market. A Tesla apresentou uma receita acima do esperado ontem, após o fechamento de mercado: US$ 24,9 bilhões, versus US$ 24,5 bilhões. Mas desapontou no quesito margem de lucro, que sempre foi visto como sua grande vantagem competitiva. Ela caiu para 18,2%, versus 24% no último trimestre (e 18,8% das previsões). Motivo: a Tesla está fazendo mais dinheiro vendendo mais carros, e lucrando menos sobre cada um deles. É possível ver esse dado com bons ou com maus olhos. Está vencendo o lado pessimista. A ação cai 3,4% nesta manhã no pre-market. A da Netflix vai ainda pior: -6,2%. A companhia apresentou um lucro de US$ 1,49 bilhão. Dá US$ 3,29 dólares por ação, bem acima da expectativa do mercado, que apontava para US$ 2,85. O problema foi a receita. Ela cresceu 2,7%, para US$ 8,2 bilhões, um pouco abaixo da expectativa, de US$ 8,3 bi. Além disso, a companhia previu US$ 8,5 bi em receita para o próximo trimestre, versus US$ 8,7 bi do que o mercado esperava. Traduzindo: teme-se que a Netflix já não tenha mais tanto para onde crescer. E a concorrência com outros players – alguns com caixa infinito, como Amazon e Apple – dá a entender que não será simples espremer (ainda) mais dinheiro da base de assinantes. All in all, o mau humor do mercado com Tesla e Netflix contamina todo o setor de tecnologia nesta manhã, derrubando os futuros da Nasdaq (-0,71%). Reforma tributária A reforma tributária perderá o sentido se vier coalhada de tarifas mais baixas para diversos setores, como se desenha. Pois caberá aos demais pagar a conta. Teme-se que o IVA geral chegue a 28%, contra os 25% que a fazenda previa. A saída, ao que tudo indica, será uma taxação mais pesada para o topo da pirâmide. Haddad afirmou ontem que pretende começar isso com um projeto de lei para aumentar a tributação dos "fundos exclusivos", nos quais poucos investidores de alto calibre detêm as cotas. Esses fundos só pagam IR no resgate. A ideia, provavelmente, é instituir um "come-cotas" ali, igual ao dos fundos terráqueos. Ou seja: recolher 15% sobre o rendimento a cada seis meses para os cofres do governo, o que traz o efeito colateral de pulverizar os juros compostos. Essa proposta é parte da Agenda de Reformas Financeiras, que será apresentada hoje às 10h30. A ideia é promover uma série de reuniões para discutir novas regras para o mercado financeiro. Na pauta, temas como a taxação de dividendos. Não existe reforma tributária grátis, afinal. Bons negócios! |
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