Bom dia! Foram seis meses de queda de braço sobre a meta de inflação: nesta semana, porém, a batalha termina. É que o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na quinta para decidir a meta de 2026. Mais importante do que isso, trata-se da reunião que definirá o que fazer nos próximos anos, em que o alvo para a inflação está fixado em draconianos 3%. No começo do ano, falava-se em subir a meta. Agora, essa possibilidade perdeu força e o plano é mais "pró-mercado". Fernando Haddad, que chefia o CMN ao lado de Simone Tebet (ministra do Planejamento), e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, planeja mudar a janela de tempo para o cumprimento da meta. O Brasil é mais radical que outros países que adotam regime de metas de inflação. Aqui, o Banco Central precisa prestar contas sobre entregar a meta todo final de ano, o que acaba forçando subidas de juros mais aceleradas para, bem, ao menos tentar entregar o resultado esperado. Só que isso acaba forçando uma asfixia da economia sem que necessariamente a inflação seja mais bem controlada. Daí o plano que vem sendo ventilado lá de Brasília é que a meta não siga mais o ano calendário, mas que passe a ser contínua. Isso daria mais tempo para o BC agir com calma, mais ou menos o que bancos centrais de países ricos vêm fazendo. O suspense do encontro do CMN será em um dia de agenda mais fraca no Brasil, já que parlamentares tiram uma folga informal nesta semana e migram para o Nordeste, nas festas juninas. Ainda assim, a divulgação do IPCA-15, amanhã, pode trazer algum sinal novo para a Faria Lima. No exterior, a semana começa com ânimos azedos, com futuros em Wall Street no negativo e bolsas europeias também com perdas. A revolta da milícia russa contra Putin, ainda que curta, deixou um clima de suspense no ar sobre os rumos da guerra, a força do presidente russo, e, claro, o abastecimento de petróleo. Nesta segunda, o Ifo, índice que mostra as expectativas dos industriais na Alemanha, recuou muito além do esperado, um sinal da dificuldade de recuperação da maior economia da Europa após o choque nos preços de energia, durante o inverno. Na China, persistem as dúvidas sobre o estado da economia e como isso deve afetar o crescimento global. Nos EUA, a sinalização de Jerome Powell de que os juros ainda vão subir mais é a outra fonte de medo de recessão, assunto que passou alguns meses dormente entre investidores. Na semana passada, o Ibovespa completou sua mais longa série de altas semanais da história, segundo o Valor Econômico. Resta saber se, com tanto pessimismo de fora, as boas notícias domésticas – e alguma calmaria – serão suficientes para renovar o recorde. Bons negócios. |
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