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MERCADO FINANCEIRO
 
Do outro lado do Oceano, Banco Central Europeu ignora crise bancária e sobe juro em 0,50 p.p. Investidores entraram no clima: alta de 2,5% na Nasdaq e 0,74% do Ibov.
 
 
Por Tássia Kastner
 
 
A quinta foi peculiar no mercado financeiro global. Em vez de se preocuparem com uma eventual crise bancária, investidores comemoraram as reações das autoridades responsáveis por conter o apocalipse. Foi um sopro de otimismo bastante inusitado, mas o bastante para impulsionar as bolsas americanas e a B3, e ainda dar um empurrão para o dólar descer da estratosfera que subiu ontem.
 
O dia começou melhor depois que o Banco Central da Suíça liberou US$ 53,7 bilhões em empréstimos para o Credit Suisse, que andou concedendo empréstimos para quem não deveria e fazendo bagunça contábil a la Americanas em seus balanços.
 
A reação rápida das autoridades regulatórias impulsionou as ações do Credit em 19% na bolsa suíça, e ajudou a realinhar os chacras dos investidores.
 
Já nos Estados Unidos, a notícia é de que os big banks do país vão aportar US$ 30 bilhões para evitar a quebra do First Republic, tudo sob a mão pesada do Fed e do Tesouro. J.P. Morgan, Bank of America e outros 9 bancos estão na jogada de garantir depósitos no concorrente para evitar que ele sofra uma onda de saques. O First Republic é um banco regional que entrou na mira depois da quebra do SVB, na semana passada.
 
Depois de três quebras (além do SVB, teve ainda o Silvergate e o Signature), deter um quarto colapso é uma parte fundamental da história. É isso ou confirmar para a sociedade de que há sim uma crise financeira se reinstalando.
 
O rei, digo, os bancos ficaram nus depois de um ciclo acelerado de alta de taxas de juros mundo afora, a medida amarga para conter a inflação resistente do pós-pandemia-e-guerra.
 
Só que isso faz com que os títulos públicos que os bancos tinham em caixa, para cobrir eventuais saques, tenham perdido valor. Se não há medo, não há saques e tudo segue a vida normal. O problema é que agora há temor de efeito-dominó.
 
O medo de uma reprise de 2008 é tão grande que fez investidores inverterem as suas apostas de alta de juros nos Estados Unidos. Até o começo da quebradeira, a maioria das estimativas apontava para um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros por lá. Agora, o mercado corrigiu a rota para 0,25 p.p., com gente dizendo que talvez o Fed nem suba os juros.
 
Seria um cavalo de pau em relação ao que Jerome Powell e sua turma vinham sinalizando. E uma espécie de confirmação de que a crise é grave mesmo.
 
Lá na Zona do Euro, o Banco Central Europeu fez a egípcia: entregou a alta de 0,50 p.p. que havia prometido na última reunião e subiu a "Selic" do bloco para 3% ao ano, numa reafirmação de que não há ameaça maior que a inflação – com a sutileza de que, pela primeira vez em meses, o BCE deixou em aberto o que fará no encontro de maio.
 
Em entrevista para detalhar a decisão, Christine Lagarde, presidente do BCE, disse que o setor bancário está mais forte que na crise de 2008, o BCE não anteve uma crise, mas que agirá se for necessário. A mensagem foi direta: "não vamos recuar do nosso compromisso de combater a inflação".
 
Reforçar a confiança na solidez do sistema bancário é um jeito de mantê-lo sólido, claro. Se o regulador não está confiante, por que você estaria?
 
E essa foi a mesma vibe nos Estados Unidos. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, está diretamente envolvida, ao lado do Fed, no socorro aos bancos nos EUA. Mas, ao Congresso americano nesta quinta, foi uma otimista: "Garanto que nosso sistema bancário é sólido", afirmou.
 
O reforço positivo funcionou. As bolsas americanas subiram com força, e o Nasdaq bateu valorização de 2,48%. O Ibovespa pegou carona: +0,74%. E o dólar mergulhou -1,03%, a R$ 5,2398.
 
Ufa. Até amanhã.
 
Maiores altas
Locaweb (LWSA3): 13,71%
Petz (PETZ3): 9,03%
CVC (CVCB3): 7,49%
Hapvida (HAPV3): 5,95%
Localiza (RENT3): 5,88%
 
Maiores baixas
Taesa (TAEE11): -3,89%
Eneva (ENEV3): -3,24%
Via (VIIA3): -2,83%
Engie (EGIE3): -2,66%
Rede D'Or (RDOR3) -2,40%
 
Ibovespa: 0,74%, a 103.435 pontos
 
Nova York
Dow Jones: 1,17%, a 32.248 pontos
S&P 500: 1,76%, a 3.960 pontos
Nasdaq: 2,48%, a 11.717 pontos
 
Dólar: -1,03%, a R$ 5,2398
 
Petróleo
Brent: 1,37%, a US$ 74,70
WTI: 1,09%, a US$ 68,35

Minério de ferro: -2,08%, a US$ 130,70 por tonelada na bolsa de Dalian, na China
 

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