Depois da ruína do SVB e do Credit Suisse, a bola da vez parece ser o Deutsche Bank. As ações do maior banco da Alemanha amanheceram em queda de 14%. Cresce o temor de que a instituição esteja à beira de dar um calote em seus títulos de dívida. É que o custo do seguro para se proteger de eventuais calotes subiu 40% da noite para o dia (tais seguros são os credit default swaps, CDSs, que ganharam fama na crise de 2008). É isso: não há uma declaração do banco assumindo que está em maus lençóis nem nada. Mas, se a demanda por CDSs do banco bombou de uma hora para a outra, é sinal de alguma informação nesse sentido circula entre agentes financeiros. E no mundo do dinheiro ninguém obedece ao conselho mais clássico das mães – o "se todo mundo pular pela janela, você não vai pular". O fato é que todo mundo pula mesmo. Nisso, os CDSs entraram numa espiral para cima; as ações, para baixo e o mercado como um todo acorda suicida: queda generalizada nas bolsas europeias, com os principais índices caindo tanto quanto o Ibovespa tombou ontem (mais de 2%) e os futuros dos EUA, que dão o tom do humor do mercado para o resto do dia apontando firmemente para baixo (-0,8% nos do S&P 500). "O mercado estava de olho no Deutsche Bank há um tempo, da mesma forma que já estava com o Credit Suisse", disse à Reuters Stuart Cole, economista chefe do britânico Equiti Capital (é com "i" mesmo esse "equiti", não com "y"). "O banco passou por reestruturações e trocas de comando sem que elas realmente tenham funcionado". De fato. Mesmo antes dos 14% de hoje, as ações do Deutsche Bank já acumulavam 40% de queda desde novembro do ano passado. A diferença é que agora o temor é de um câncer no sistema bancário global. Um temor reforçado pelo fato de que o ministério da justiça dos EUA investiga o UBS e o Credit Suisse por terem ajudado oligarcas russos a driblar sanções americanas. Ou seja: talvez não falte mesmo sujeira debaixo do tapete dos bancos mais emblemáticos do mundo. E a confiança nos bancos como um todo evapora, a economia vira pó. Este é o sinal que as bolsas dão nesta manhã. O pânico reflete-se no índice DXY, que mede a oscilação do dólar ante outras seis moedas fortes. Quando a situação é crítica, a demanda pela moeda americana cresce, mesmo entre os agentes que têm suas reservas em euro, libra etc. Nesta manhã, o DXY sobe 0,65%. Péssimo sinal para as moedas nem tão fortes, como a nossa, já que nesses casos a tendência é de uma subida ainda maior do dólar. Outra amostra da paúra generalizada é a cotação do petróleo, em queda de 4% nesta manhã, a US$ 72,89. No mês, a queda já é de 13%. IPCA-15 A prévia da inflação de março tende a desacelerar em relação à de abril. A mediana das consultas feitas pela Broadcast aponta para 0,67%, ante 0,76% em fevereiro. As estimativas variam de 0,51% a 0,81%. E às 9h teremos o veredito. Bons negócios, na medida do possível. |
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