Bom dia! Não está nada fácil para o Ibovespa. O índice vem em uma sequência de cinco quedas, acumulando perda de 2,3% na semana. E as dores de cabeça que assombram o mercado estão longe de cessar. A novela dos juros é mais uma que ganhou um novo capítulo, disputando o protagonismo do noticiário com sua prima, a novela dos combustíveis (e da Petrobras). O motivo: o PIB do Brasil em 2023, divulgado ontem. Ele subiu 2,9% no ano passado, em linha com o esperado. Mas caiu 0,2% no último trimestre, um sinal de desaceleração econômica. O enfraquecimento do PIB vira gasolina para o governo atacar o Banco Central. Nisso, até Simone Tebet, do Planejamento, usou o dado para pressionar por uma redução dos juros, se unindo à longa briga comprada por Lula e Haddad (ainda que de maneira menos agressiva). A ministra disse que espera "um gesto positivo a favor do Brasil" do Copom. Desaceleração econômica é efeito colateral dos juros altos, é verdade. Mas juros não se abaixam na canetada. Eles permanecem altos no Brasil porque a inflação também se mantém firme e forte próxima dos 6%, bem acima da meta de 3,25%. Um dos motivos que forçam a taxa a ficar no patamar onde está por mais tempo, segundo o próprio Copom, são as sinalizações dúbias do novo governo quanto à responsabilidade fiscal, que também mantém as expectativas de inflação lá no alto (o boletim Focus prevê 5,90% para esse ano). Mesmo assim, o governo segue escolhendo a linha bélica. Lula voltou a atacar Campos Neto, presidente do banco central, em entrevista à Band ontem. Ao anunciar a retomada parcial dos impostos dos combustíveis (além do novo imposto temporário sobre as exportações de petróleo cru), Haddad também pressionou o BC nesta semana, alegando que as medidas vão arrecadar R$ 28,9 bi e, assim, diminuir o rombo do governo. A bola, agora, está com Campos Neto, que se mantém a parte mais quieta nessa guerra declarada. O Copom se reúne novamente nos dias 21 e 22 deste mês. Em tempo: o Ministério da Agricultura confirmou que o caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a “doença da vaca louca” registrado no Pará em fevereiro foi confirmado como atípico. Casos atípicos são aqueles em que os bovinos desenvolvem a espontaneamente – e não a transmitem. Pode acontecer com qualquer animal, sem risco para os outros e para os humanos. Boa notícia para as perspectivas de retomada das exportações à China, que foram suspensas com a detecção do caso, como prevê o protocolo. Bons negócios. |
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