O trio calafrio S&P 500, Dow Jones e Nasdaq fechou agosto com quedas na vizinhança dos 4%, e os futuros deste primeiro dia de setembro não amanhecem promissores: os três índices começam o mês apontando para baixo, com -0,71%, -0,60% e -1,02% às 8h00 da manhã. Nota: todos os pregões da semana, até agora, fecharam no vermelho na Big Apple. O medo do Fed se tornou crônico – se você colocar um outdoor em Wall Street com a frase “outra alta de 0,75 pp na taxa básica de juros em 21 setembro”, a rua chora baixinho. O próximo evento com potencial para mudar o cenário está programado para esta sexta (2) – é a divulgação do Payroll, principal relatório do mercado de trabalho americano. Caso as altas consecutivas nos juros já tenham machucado a economia do Tio Sam e aumentado a taxa de desemprego, há alguma chance (ainda que remota) de que o Fed volte atrás nos planos de 0,75 pp e tope só 0,5 pp, para não dar gás excessivo a uma recessão. O "problema" (na verdade, é uma notícia boa) é que, até agora, o peixinho da economia não parece sufocado pelos juros no aquário: os últimos payrolls vieram extremamente positivos; o desemprego nos EUA ficou em apenas 3,5% em julho. Chancela para o Fed pesar a mão sem medo de ser feliz. Vale o lembrete de sempre: em 2004, uma inflação em “meros” 3,5% ao ano foi suficiente para colocar a Selic deles nos mesmíssimos 2,5% de hoje. O cenário poderia estar bem pior para o mercado, e Powell fez questão de lembrar disso no discurso de sexta passada. Na arena do petróleo, o Ocidente permanece atrás de um plano mirabolante de Pink e Cérebro para sufocar a economia russa sem dar um tiro no próprio pé: a ideia da vez é impor um valor máximo para compra do barril russo, algo entre US$ 40 e US$ 60 – o que, na opinião de um diretor do Instituto para Análise da Segurança Global, é “uma ideia ridícula”: além de China e Índia não estarem dispostos a cooperar (e eles têm as maiores populações do mundo, ávidas por absorver a demanda), a Rússia pode dar o troco cortando a produção de propósito para forçar uma alta no preço. Alguns analistas falam em US$ 140. Em uma nota paralela, Ravil Maganov, presidente da empresa russa Lukoil – uma empresa privada de capital aberto que é a segunda maior responsável pelo output russo –, se jogou da janela do hospital em que estava internado após um ataque cardíaco. Ele se posicionou publicamente contra a Guerra da Ucrânia mais de uma vez desde fevereiro. Por ora, o Brent vai registrando seu terceiro dia consecutivo de queda ( -2,42%, a US$ 93,22 às 7h54 da manhã) com medo das altas nos juros no Ocidente e os lockdowns na China. Vai começar um novo nesta quinta na cidade de Chengdu, centro de um pólo urbano com 21 milhões de habitantes – o equivalente a toda a Região Metropolitana de São Paulo. Em meio às chuvas e trovoadas, o Ibovespa se recupera: cresceu 6,16% em agosto, contra uma queda de 3,97% no S&P 500. Magalu e Via, que estavam sofrendo bullying acionário, subiram respectivamente 65% e 34% no mês passado, e protagonizaram o ranking de altas dos últimos 30 dias.
A ver se setembro será tão bondoso com o investidor brasileiro – ou se tem limite para “operar descolado” das bolsas americanas. Bons negócios! |
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