PILOTAGEM DE DRONE E REDAÇÃO OFICIAL SÃO TEMAS DE CAPACITAÇÃO NA FLOTA TROMBETAS
As capacitações fazem parte do projeto financiado pelo Fundo Lira
com apoio de parceiros locais
No período de 28 a 30 de julho moradores do entorno da Floresta
Estadual Trombetas, técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e
Biodiversidade do Pará, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Óbidos e
Polícia Militar Ambiental participaram do segundo módulo do projeto "O Uso
das Geotecnologias no Apoio à gestão dos Produtos da Sociobiodiversidade e
Proteção Territorial”. Nesta etapa foram ministradas capacitações pilotagem de
veículo aéreo não tripulado, popularmente conhecido como drone, que na capacitação
é aplicada ao combate, fiscalização de ilícitos ambientais e mapeamento dos
produtos da sociobiodiversidade e em redação oficial, visando o fortalecimento
da Associação Mista Agricola de Extrativistas da Comunidade de Jamaracaru
(Acaje).
Em pilotagem de drone, foram dois dias de capacitação
teórico/prático onde os participantes passaram a ter conhecimentos sobre
legislação, normas técnicas do equipamento, segurança, autorização de voo entre
outras exigências da Agencia Nacional de Viação Civil (ANAC). “Essa é a segunda
capacitação em geotecnologia, a primeira foi o uso do GPS e nesta estamos
trabalhando o uso do drone aplicada a gestão territorial aqui na Flota
Trombetas, e o objetivo é trazer um outro olhar, o castanheiro sabe onde ficam
os castanhais, mais com este olhar de cima, ele vai ter outra perspectiva, uma
perspectiva espacial diferenciada que vai auxiliar no trabalho de mapear as
áreas produtivas além de apoiar os órgãos no combate aos ilícitos ambientais”,
explicou o engenheiro ambiental, Edwilson Pordeus.
Entre os participantes da capacitação estavam técnicos da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Óbidos, município com pouco mais de 50
mil habitantes e que possui dentro de suas terras duas maiores Unidades de
Conservação, a Floresta Estadual Trombetas e a Estação Biológica Grão Pará.
“Essa é uma tecnologia que veio para somar com a Secretaria de Meio Ambiente,
sabemos que este treinamento com os agentes ambientais fará com que eles sejam
as nossas pernas, inclusiva aqui na comunidade, o uso deste equipamento aumenta
a capacidade de chegar aos locais em menor tempo e melhora a eficiência do
nosso trabalho”, enfatizou o secretário de Meio Ambiente de Óbidos, Diego
Ferreira.
Presente na Base Jamaracaru, portão de acesso à Flota Trombetas,
unidade de conservação de uso sustentável, regido por um plano de manejo de
produtos não madeireiros, os militares ligados a Companhia Independente de
Polícia Ambiental, também participaram das capacitações. “A polícia militar já
mantem a ordem aqui há alguns anos e tem toda essa parceria. Essa capacitação
vai disseminar o conhecimento para eles, e o mais importante, eles vão virar
multiplicadores deste conhecimento e juntamente conosco, que essa parceria já
existe com muitos outros órgãos, vai enriquecer as nossas missões, no momento
que a gente precisar fazer uma incursão eles nos direcionam a pé e com o drone
vai potencializar mais a busca por ilícitos ambientais”, ressaltou a 3º sargento da Polícia Militar, LuzikellenPrintes
Figueira.
No Pará as ações de monitoramento e proteção das Unidades de
Conservação, como a Flota Trombetas, são de responsabilidade do Instituto de
Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), para a diretora de
gestão e monitoramento, Socorro Almeida, essas ações fortalecem a governança e
melhoram as competências para manutenção da Floresta em pé. “Essa é mais uma
formação que estamos fazendo e são módulos de conhecimento necessário para que
eles sejam multiplicadores, os agentes ambientais são parceiros nossos, e
tivemos capacitações em GPS, Drone, para que eles possam entender outras coisas
lá adiante, e possam ater autonomia”, ressaltou a diretora.
Orçado em R$ 150 mil reais o projeto é desenvolvido pela Acaje em
parceria com o Ideflor-Bio, Imazon, Prefeitura de Óbidos e Polícia Ambiental
com recurso financeiro do Fundo Lira. Além das capacitações em fortalecimento
institucional, como redação oficial e media training e de formação em agentes
ambientais comunitários, o projeto também conta com aquisição de equipamentos e
materiais de uso e proteção pessoal. “Através deste projeto fizemos a primeira
capacitação, algumas pessoas não tinham conhecimento sobre o que era uma
unidade de conservação, o que podemos fazer, e muitos aprenderam e foi muito
gratificante, o conhecimento é imenso e a gente aguarda o terceiro módulo que
será com o Corpo de Bombeiros, com esse conhecimento a gente vai aprender mais
sobre como manter a nossa floresta em pé já que é dela que nós tiramos o nosso
sustento e das nossas famílias”, finalizou a vice-presidente da Acaje, Daniela
Lima.
Sobre o Projeto LIRA
O Projeto LIRA - Legado Integrado da Região Amazônica chama
atenção para a relevância das Áreas Protegidas na conservação da Amazônia. As
áreas protegidas são a base para o presente e garantem o futuro deste bioma,
promovendo os ativos naturais do Brasil e a sabedoria ancestral dos povos da
floresta. Para isso, a iniciativa idealizada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas
Ecológicas, apoia organizações brasileiras locais que possam desenvolver
trabalhos para a consolidação dessas áreas.
As organizações foram selecionadas via edital e trabalham como uma rede,
gerando benefícios para a Amazônia em cerca de 80 milhões de hectares da
Amazônia, em 43 Terras Indígenas e 43 Unidades de Conservação de 5 estados -
uma área que corresponde a 3 estados de São Paulo.
Com o projeto, é possível que as organizações realizem atividades
importantes para a consolidação das Áreas Protegidas da Amazônia: o
desenvolvimento de planos de gestão territorial e ambiental (PGTA) ou de
manejo; a criação e implementação de mecanismos de governança; o uso sustentado
dos recursos naturais; os sistemas de monitoramento e proteção; a integração
com desenvolvimento regional; e a sustentabilidade financeira dessas áreas. Com
ações complementares, o projeto busca ainda ampliar a geração de emprego nas
localidades, melhorar a qualidade de vida da população e promover o
desenvolvimento territorial aliado à conservação do meio ambiente. A iniciativa
conta também com ações de capacitação (cursos, visitas técnicas e
intercâmbios), de integração e de difusão de conhecimento e elaboração de um
plano de promoção socioambiental para as regiões atendidas.
O LIRA é apoiado por recursos do Fundo Amazônia e Fundação Gordon
e Betty Moore, que são distribuídos pelo projeto às Organizações da Sociedade
Civil. O projeto conta com metas, gestão e prestação de contas monitorados
pelos financiadores e auditorias externas, garantindo a transparência do
processo.
lira,ipe.org,br
Sobre o IPÊ
O IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma organização
brasileira sem fins lucrativos que trabalha pela conservação da biodiversidade
do país, por meio de ciência, educação e negócios sustentáveis. Fundado em
1992, tem sede em Nazaré Paulista/SP, onde também fica o seu centro de
educação, a ESCAS - Escola Superior de Conservação Ambiental e
Sustentabilidade.
Presente nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e Cerrado,
o Instituto realiza cerca de 30 projetos ao ano, aplicando o Modelo IPÊ de
Conservação, que envolve pesquisa científica, educação ambiental, conservação
de habitats, envolvimento comunitário, conservação da paisagem e apoio à
construção de políticas públicas. Além de projetos locais, o Instituto também
desenvolve trabalhos em diversas regiões, seguindo os temas Áreas Protegidas,
Áreas Urbanas e Pesquisa & Desenvolvimento (Capital Natural e
Biodiversidade).
Para o desenvolvimento dos projetos socioambientais, o IPÊ conta
com parceiros de todos os setores e trabalha como articulador em frentes que
promovem o engajamento e o fortalecimento mútuo entre organizações
socioambientais, iniciativa privada e instituições governamentais.
www.ipe.org.br
Sobre o Fundo Amazônia
Gerido pelo BNDES, em coordenação com o Ministério do Meio
Ambiente, o Fundo Amazônia é considerado o principal mecanismo internacional de
pagamentos por resultados de REDD+ (redução de emissões de gases de efeito
estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal).
Até o final de 2019, o Fundo havia desembolsado R$ 1,17 bilhão, em
mais de uma centena de projetos com órgãos públicos estaduais e federais,
universidades, corpos de bombeiros florestais militares, e instituições da
sociedade civil, contribuindo para a melhoria de vida da população da Amazônia
e para conservação de seus recursos naturais.
fundoamazonia.gov.br
Sobre a Fundação Gordon e Betty Moore
A Fundação Gordon e Betty Moore é uma fundação sem fins lucrativos
que busca criar resultados positivos para as gerações futuras. Em busca dessa
visão, a fundação promove descobertas científicas inovadoras e conservação
ambiental, incluindo um bioma amazônico funcional para a natureza e a
sociedade.
Fonte/Fotos: Martha Costa
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